Christian - Caroline - Struensee Um caso real

A jovem princesa britânica Caroline Mathilde (Alicia Vikander) é obrigada a se casar com o jovem rei dinamarquês Christian VII (Mikkel Boe Folsgaard), como diziam na corte dado a ataques de alterações de humor. Uma bem provável esquizofrenia. Caroline agora rainha, se vê sozinha no castelo e no país, pois o rei foi fazer uma viagem de um ano pela Europa, viagem essa que deteriorou sua saúde mental sendo necessário o acompanhamento médico constante. O rei escolhe Johann Struensee (Mads Mikkelsen) um médico alemão com idéias iluministas que acaba por se tornar, confidente e conselheiro do rei. A proximidade do médico com rei segue até a jovem rainha que se encanta e cai de amores por Struensee. Aproveitando a fragilidade mental do rei o médico consegue desfazer o conselho real tornando-se uma espécie de primeiro ministro. E com o apoio da rainha coloca em prática vários ideais iluministas na Dinamarca. A rainha engravida do médico. Mas o jovem rei tem uma madrastra e um meio-irmão que se aproveitam da fragilidade da situação e praticam um golpe de Estado, tiram o rei do trono, mandam para um retiro, de onde nunca mais voltaria e nem veria seus filhos a rainha e condena a morte o médico. Mais uma magestosa atuação de Mads Mikkelsen e jovem elenco.     

Informações Históricas:

Caroline Mathilde da Grã-Bretanha

A princesa Caroline Mathilde da Grã-Bretanha (em dinamarquês: Caroline Mathilde; 11 de Julho 1751, Leicester House, Londres  10 de Maio1775) foi Rainha da Dinamarca e Noruega de 1766 a 1772 e membro da Família real britânica.
Foi casada com seu primo Christian VII da Dinamarca.

Primeiros Anos

Caroline Mathilde foi a filha mais nova do príncipe Frederico de Gales e da princesa Augusta de Saxe-Gota. O seu pai morreu subitamente cerca de três meses antes do seu nascimento. Nasceu na Leicester House, em Londres e recebeu o título de SAR, a princesa Carolina Matilde, sendo filha do príncipe de Gales, apesar de, na altura em que nasceu, esse título já pertencer ao seu irmão George. Recebeu o nome em honra da sua tia que ainda estava viva na altura. A princesa foi batizada dez dias depois, na mesma casa em que tinha nascido, pelo bispo de Norwich, Thomas Hayter. Os seus padrinhos foram o seu irmão, o príncipe de Gales, a sua tia paterna, a princesa Carolina, e a sua irmã, a princesa Augusta.
Foi criada pela sua mãe austera longe da corte inglesa e os que conviveram com ela descrevem-na como natural e informal. Gostava da vida ao ar livre e de andar a cavalo. Sabia falar italiano, francês e alemão e muitos diziam que era uma cantora talentosa, que possuía uma bela voz.

Casamento

Aos quinze anos de idade, Caroline deixou a sua família para se casar com o seu primo Christiano na Dinamarca. O casamento celebrou-se a 8 de Novembro de 1766 no Palácio de Christiansborg. Seu irmão mais velho, que na altura já tinha subido ao trono como rei GeorgeIII, estava receoso com o casamento, mesmo sem estar completamente consciente da deficiência mental do seu novo cunhado.
Carolina teve dois filhos, ambos reconhecidos como descendentes do rei Cristiano VII:
·                    Frederico VI da Dinamarca (28 de Janeiro de 1768  3 de Dezembro de 1839),
·                    Luísa Augusta da Dinamarca (7 de Julho de 1771  13 de Janeiro de 1843
Rainha da Dinamarca
Os cortesões dinamarqueses descreveram Matilde como energética e encantadora. Apesar de não ser considerada uma beldade, muitos achavam-na atraente e dizia-se que a sua aparência conseguia chamar a atenção dos homens sem gerar críticas entre as mulheres. Contudo, a sua personalidade natural e sincera não foi bem vista na austera corte dinamarquesa. Caroline era muito chegada à sua dama-de-companhia, Louise von Plessen, que achava os amigos do rei, imoral e fez o possível para isolar a rainha do seu marido. A tarefa não foi difícil, visto que o rei não gostava dela e havia rumores de que podia ser homossexual.
O rei dinamarquês foi persuadido a consumar o seu casamento pelo bem da sucessão e, depois do nascimento do desejado herdeiro, retomou o seu caso amoroso com a cortesã Støvlet-Cathrine, com quem visitava os bordéis de Copenhague. Caroline sentia-se infeliz no casamento e ignorada e desdenhada pelo rei. Quando a sua dama-de-companhia foi expulsa da corte em 1768, perdeu a sua amiga mais chegada e ficou ainda mais isolada.
Em Maio de 1768, Christian VII iniciou uma longa viagem pela Europa que incluía paragens em Altona (Alemanha), Paris e Londres. Durante a sua ausência, Caroline chamou as atenções quando iniciou o hábito de dar passeios a pé por Copenhague, algo que foi considerado escandaloso visto que, normalmente, as nobres dinamarquesas apenas viajavam de carruagem na cidade. Carolina passou o verão no Castelo de Frederiksborg com o seu filho recém-nascido antes de regressar a Copenhagen no outono.

Caso Amoroso

O rei regressou a Copenhague em 12 de Janeiro de 1769, trazendo consigo Johann Friedrich Struensee que se tornou o seu médico real e, mais tarde, seria nomeado ministro da corte. Cristiano tinha conhecido Johann em Altono, no inicio da sua viagem e juntou-se ao séquito real aparentemente por conseguir acalmar os ataques de fúria do rei, algo que aliviava profundamente os seus conselheiros que rapidamente começaram a confiar nele.
Struensee encorajou o rei a melhorar a relação com a sua esposa e Christian demonstrou a sua dedicação oferecendo-lhe uma festa de aniversário de três dias a 22 de Julho de 1769. A rainha sabia bem que era Struensee que estava por detrás destas melhoras e começou a interessar-se cada vez mais pelo jovem médico. Esse interesse rapidamente se transformou em atração; em Janeiro de 1770, Struensee passou a ter direito a ter um quarto só para si no palácio real e, na primavera de 1770, era já amante da rainha. Quando conseguiu administrar uma vacina com sucesso ao príncipe-herdeiro em Maio desse ano, a sua influência aumentou ainda mais.
Em 1770, o rei começou a isolar-se cada vez mais e tornou-se cada vez menos influente devido ao fato de o seu estado mental piorar cada vez mais. Caroline Mathilde, até então ignorada na corte, tornou-se o centro das atenções e começou a juntar seguidores que se apelidavam "Dronningens Parti" (O Partido da Rainha). Começou a ganhar uma nova confiança e mostrava-se ao público montada a cavalo e vestida com roupas de homem.
Aproveitando o novo poder que Caroline tinha na corte, Struensee começou a governar através do rei. A 15 de Setembro de 1700, Christian dispensou Bernstorff e, dois dias depois, Struensee tornou-se conselheiro privado, consolidando assim o seu poder e dando inicio à chamada "Era de Struensee" que durou dezasseis meses. Quando, ao longo desse ano, o estado mental do rei o deixou em torpor, a autoridade do rei tornou-se inquestionável e o antigo médico tornou-se no governante absoluto da Dinamarca durante dez meses entre 20 de Março de 1771 e 16 de Janeiro de 1772.
Durante esta época, Struensee não publicou menos de 1069 despachos, ou seja, mais de três por dia. Esta atitude foi criticada e o ministro foi acusado de ter uma "mania" imprudente por reformas. O antigo médico foi também criticado por não respeitar os costumes dinamarqueses e noruegueses e até de vê-los com preconceito e querer substituí-los por práticas mais abstratas.
A relação entre Struensee e Caroline também foi muito criticada por uma nação que sempre tinha tido grande admiração pela Casa de Oldemburgo e a conduta pública da rainha ajudou a alimentar ainda mais o ódio pela coroa. A forma como demonstrava abertamente a sua nova felicidade e o fato de andar de cavalo em público vestida de homem eram considerados comportamentos chocantes. No dia de aniversário do rei, em 1771, criou a ordem de Mathilde-Ordenen.
A 17 de Junho de 1771, a corte passou a ter como residência de verão o Palácio de Hirschholm, situado no atual distrito de Hørsholm. Lá, Carolina viveu um período muito feliz na companhia do seu filho e do seu amante e foi retratada por um artista no estilo moderno de vida campestre; descreveu esse verão como idílico. A 7 de Julho de 1771, deu à luz a sua segunda filha, a princesa Luísa Augusta, cujo pai era, quase certamente, Struensee. O seu nascimento foi um escândalo e a menina era chamada de "la petite Struensee", apesar de ser oficialmente considerada uma princesa.

Divórcio

Struensee e Caroline foram presos no meio da noite de 16 de Janeiro de 1772, depois de um baile de máscaras realizado no Palácio de Christiansborg. Caroline foi levada para o Castelo de Kronborg, onde esperou pelo seu julgamento e pôde ter a filha junto de si. Acredita-se que tenha sido pressionada ou manipulada a admitir a relação com Struensee durante o interrogatório e não teve direito a conselheiros. Inicialmente tinha negado a relação para salvar o seu amante.
O casamento de Caroline e Christian foi anulado em Abril de 1722. Depois do divórcio, Struensee e o seu cúmplice, Enevold Brant, foram executados no dia 28 de Abril de 1772.

Últimos Anos

O irmão de Caroline, o rei George III, enviou um diplomata britânico, Sir Robert Murray Keith, à Dinamarca para negociar a sua libertação. A 28 de Maio de 1772, Caroline foi deportada, seguindo viagem para Celle, na Baixa Saxónia, a bordo de uma fragata britânica. Viveu o resto dos seus dias no Castelo de Celle, em Hanôver, estado pertencente ao seu irmão, e nunca mais voltou a ver os filhos. Em Celle ficou conhecida pela ajuda que prestou a crianças e órfãos e voltou a encontrar-se com Louise von Plessen.
Em 1774, tornou-se o centro de um golpe promovido por Ernst Schimmelmann e anunciado pelo inglês Nathaniel Wraxall, que tinha a intenção de a tornar regente da Dinamarca e guardiã do príncipe-herdeiro. Wraxall encontrou-se com Caroline várias vezes e ela usava-o como mensageiro para transmitir notícias ao seu irmão de quem desejava obter apoio. Em 1775, escreveu uma carta ao irmão George III onde pedia a aprovação do seu plano ao qual se referiu como "o esquema para a felicidade do meu filho."
Morreu inesperadamente de febre escarlate em Celle, a 10 de Maio de 1775. Foi enterrada no Stadtkirche St. Marien em Celle.

Cultura Popular

A vida curta e trágica de Carolina Matilde foi retratada no filme dinamarquês "En Kongelig Affære" (Um Caso Real) de 2012. A ação da película desenrola-se desde o momento em que Caroline descobre quem será o seu marido até à sua morte, centrando-se principalmente no seu caso amoroso com Struensee. Alicia Vikander desempenha o papel de Caroline Mathilde enquanto Mads Mikkelsen representa Struensee, Mikkel Boe Følsgaard representa o rei Christian VII e a Trine Dyrholm cabe o papel da rainha-viúva Juliana Maria. O filme foi nomeado para os Oscares de 2013, na categoria de "Melhor Filme Estrangeiro" e teve bastante sucesso a nível mundial.

 Christian VII da Dinamarca

Christian VII (Copenhagen, 29 de janeiro de 1749  Rendsburg, 13 de março de 1808) foi rei da Dinamarca e da Noruega, duque de Slesvigo-Holsatia, Stormarn, Oldemburgo, e Dithmarschen de 1766 a 1808.

Vida

Christian VII era o segundo filho de Frederico V da Dinamarca e de sua primeira esposa Luísa da Grã-Bretanha. Casou-se em 1 de outubro de 1765 com Caroline Mathilde da Grã-Bretanha. Frutos do casamento, nasceram: Frederic VI e Luíse Augusta. Assumiu o posto de rei após a morte de seu pai, ocorrida em 14 de janeiro de 1766. Pode haver sofrido sérios problemas de esquizofrenia. Doente mental, assumiram o governo e o exército, o seu médico Johann Friedrich Struensee e Peter Bernstorff, que realizaram diversas reformas liberais.



Johann Friedrich Struensee

O conde Johann Friedrich Struensee (5 de Agosto de 1737 - 28 de Abril de 1772) foi um médico alemão que se tornou médico pessoal do rei Christian VII da Dinamarca que sofria de sinais de loucura, e ministro do governo dinamarquês. Subiu até à posição de regente "de fato" do país, onde tentou levar a cabo várias reformas. O seu caso amoroso com a rainha Caroline Mathilde causou grande escândalo, principalmente depois do nascimento de uma filha, a princesa Luísa Augusta, e foi catalisador de intrigas e jogos de poder que causaram a sua queda e morte dramáticas. Morreu solteiro.

Educação e Inicio de Carreira

Nascido em Halle an der Saale e batizado em Kirche St. Moritz a 7 de Agosto de 1737, Struensee era o terceiro de seis filhos nascidos do teólogo pietista Adam Struensee, doutorado em Teologia pelaU niversidade de Halle em 1757, pastor em Altona entre 1757 e 1760 e real superintendente geral de Schleswig e Holstein entre 1760 e 1791, e da sua esposa, Maria Dorothea Carl. Os Struensee eram uma respeitável família da classe média que acreditava na tolerância religiosa. Johann e mais dois dos seus irmãos frequentaram a universidade, mas nenhum deles se tornaria teólogo como o pai. Duas das suas irmãs casaram-se com pastores da igreja luterana.
Johann entrou para a Universidade de Halle a 5 de Agosto de 1752, aos quinze anos de idade, onde estudou Medicina e se formou como Doutor a 12 de Dezembro de 1757. A universidade mostrou-lhe os ideais do Iluminismo, assim como à crítica e à reforma. O jovem apoiava estes novos ideais, tornando-se um defensor do ateísmo e dos ensaios de Claude Adrien Helvétius e outros pensadores materialistas franceses.
Quando os pais de Johann se mudaram para Altona em 1758, onde o seu pai se tornou pastor de Marienkirche, o jovem seguiu-os. Pouco depois encontrou emprego como médico público em Altona, na propriedade do conde Rantzau e no distrito de Pinneberg. O seu ordenado era muito modesto, pelo que Johann trabalhava também a título privado para ganhar mais.
Os seus pais voltaram a mudar-se, desta vez para Rendsburg, em 1760, onde o seu pai se tornou primeiro superintendente (uma posição que se pode comparar à de um bispo) do ducado e, eventualmente, superintendente geral de Schleswig-Holstein. Johann, agora com vinte e três anos, passou a viver sozinho pela primeira vez na vida, mas as suas ambições não correspondiam às suas posses económicas. Contudo, a sua grande inteligência e modos elegantes não demoraram a torná-lo conhecido entre os círculos mais altos da sociedade e os seus contemporâneos divertiam-se com as suas opiniões controversas.
Johann era ambicioso e pediu ajuda financeira ao governo dinamarquês através do ministro de negócios estrangeiros, o conde Johann Hartwig Ernst von Bernstorff. Tentou também enveredar pela escrita, chegando a publicar algumas das suas teses sobre o Iluminismo no jornal Zum Nutzen und Vergnügen (Para Beneficio e Entretenimento).

Médico do rei Christian VII

Durante os quase dez anos que passou em Altona, Struensee passou a fazer parte de um circulo de aristocratas que tinham sido expulsos da corte em Copenhaga. Entre eles estavam Enevold Brant e conde Schack Carl Rantzau, líder de um circulo de admiradores do Iluminismo que fizeram de Struensee o seu protegido, conseguindo arranjar-lhe uma posição como o médico de viagem do rei Christian VII, com a esperança de que ele conseguisse dar-lhes acesso à corte novamente.
O rei passou os meses de Junho e Julho de 1767 em Schleswig-Holstein na companhia da sua corte e chancelaria. Struensee era um médico inteligente e tendo, até certo ponto, recuperado alguma da saúde do rei enquanto ele estava de visita a esta zona, ganhou o seu respeito. A 5 de Abril de 1768 foi contratado oficialmente como médico de viagem e acompanhou a comitiva do rei durante a sua viagem a Paris e Londres por Hanôver desde 6 de Maio de1768 a 12 de Janeiro de 1769. Recebeu o título de conselheiro de estado a 12 de Maio de 1768, pouco mais de uma semana depois de deixar Altona. Nesse ano também se tornou doutorado em Medicina pela Universidade de Oxford.
Durante a viagem de nove meses, Struensee criou uma relação próxima com o rei e os seus ministros, Bernstorff e Schimmelmann viam-no como uma boa influência no monarca, apoiando a decisão de o tornar médico pessoal do rei em Janeiro de 1769, depois de regressarem a Copenhagen.

Subida ao Poder

Uma das primeiras ações de Struensee em Copenhagen foi a de reconciliar o rei e a rainha. A principio, a rainha Caroline Mathilde (irmã do rei George III do Reino Unido), não gostava dele, mas sentia-se infeliz no seu casamento, recebendo pouca atenção e sendo rejeitada desdenhosamente pelo rei, assim como afetada pela sua doença. Struensee era uma das poucas pessoas que lhe prestava atenção e, pelas aparências, fazia tudo para a fazer esquecer os seus problemas. Com o tempo, o afeto que a rainha tinha pelo jovem médico começou a aumentar e, na primavera de 1770, ele era já seu amante; a vacinação bem sucedida do príncipe-herdeiro em Maio desse ano fortaleceu ainda mais a sua posição.
Struensee envolveu-se bastante na educação do príncipe-herdeiro, o futuro rei Frederico VI, tendo nela incluído os princípios do Iluminismo, principalmente os que diziam respeito ao regresso à natureza, defendidos por Jean-Jacques Rosseau. Contudo, Struensee tinha a sua própria interpretação, mais rigorosa, dos ideais de Rosseau, tendo isolado o príncipe e encorajando-o a fazer tudo sozinho. Também levou a cabo a ideia de Rosseau de que o frio fazia bem às crianças e o príncipe-herdeiro acabava por ser deixado com pouca roupa durante o inverno.
Struensee foi nomeado conselheiro real a 5 de Maio de 1770 e "Maître des requêtes" a 18 de Dezembro do mesmo ano.
A corte e o governo passaram o verão de 1770 em Schleswig-Holstein.
A 15 de Setembro, o rei dispensou Bernstorff e dois dias depois, Struensee tornou-se conselheiro privado, consolidando assim o seu poder e dando assim inicio a um período de dezasseis meses que ficou conhecido como "A Era de Struensee".
Quando, ao longo desse ano, o rei começou a entrar num período de torpor mental, a autoridade de Struensee tornou-se inquestionável.

Controle do Governo

A principio, Struensee foi discreto à medida que começava a controlar a máquina política da Dinamarca. Contudo, em Dezembro, começou a ficar impaciente e, a 8 desse mês, aboliu o conselho de estado, auto-nomeando-se conselheiro de estado. Passou a ser seu dever apresentar todos os relatórios dos vários departamentos de estado ao rei. Visto que este já não conseguia controlar as suas ações, Struensee dava as ordens que quisesse em seu nome.
Depois, dispensou todos os chefes de departamento e aboliu todos os governos noruegueses. A partir de então, o governo, com ele como principal fonte de poder, tornaram-se na autoridade suprema do estado. Outras reformas incluíram a criação de pediatrias, a abolição da pena capital para roubo e de tortura em interrogatórios judiciais (algo que incluía tanto abusos físicos como psicológicos) e o fim das grandes regalias para homens do governo ou pessoas com cargos públicos.
Struensee teve poder absoluto durante dez meses, entre 20 de Março de 1771 e 16 de Janeiro de 1772. Durante este período não publicou menos de 1069 ordens, ou seja, cerca de três por dia. Por este grande número, Struensee foi acusado de ter uma "mania" imprudente por reformas.
Outras criticas dirigidas a Struensee foram as de que não respeitava os costumes dinamarqueses e noruegueses que considerava preconceituosos, e que os queria eliminar por princípios mais abstractos. Também não falava dinamarquês, levando a cabo os seus deveres em alemão. Para se certificar de que as suas ordens eram respeitadas, Struensee dispensou todos os funcionários de departamentos públicos sem lhes oferecer nenhuma compensação, substituindo-os por oficiais mais velhos e experientes, escolhidos a dedo por si, chegando mesmo a nomear homens que não sabiam nada sobre o país que iam governar.
Apesar de o povo dinamarquês gostar das suas reformas a principio, não demorou a virar-se contra ele. Quando Struensee aboliu a censura na imprensa, começaram a chover panfletos contra ele.
Contudo, mesmo apesar dos seus erros, é claro que, pelo menos durante um curto período de tempo, a opinião da classe média em relação a ele era geralmente favorável e, tivesse ele sido mais ponderado, talvez pudesse ter desafiado qualquer oposição ao seu poder. O que mais colocou as pessoas contra ele, foi o fato de colocar o rei completamente de lado, visto que ninguém fora da corte parecia acreditar que Christian VII estivesse realmente louco, mas sim apenas enfraquecido por ser tão negligenciado. Esta opinião ganhou mais força quando, a 14 de Julho de 1771, foi publicada uma ordem que dava poder a Struensee de publicar qualquer lei que desejasse sem a necessária aprovação real.
A relação de Struensee com a rainha também era considerada ofensiva pela nação que tinha uma veneração conservadora pela casa de Oldemburgo e o comportamento vergonhoso de Caroline Mathilde estava a colocar a coroa numa posição muito enfraquecida. A sociedade que se juntava diariamente em torno do rei e da rainha provocava irrisão entre os embaixadores estrangeiros. O infeliz rei era pouco mais do que um fantoche dentro do seu próprio elemento, mas por vezes ainda conseguia mostrar teimosia, recusando-se a aprovar as leis de Brant ou de Struensee. Em certa ocasião, quando o rei ameaçou o seu criado pessoal, Brant, com bastante impertinencia, acabou numa luta com ele, durante a qual lhe acabaria por dar um golpe na cara.

Queda

A situação atingiu o seu ponto mais negativo durante o inverno de 1771. Struensee fez de si e de Brant condes a 30 de Novembro desse ano, mas a sua posição continuava a ser muito precária, visto que a dispensa de vários oficiais do governo durante as suas reformas administrativas tinham-lhe arranjado vários inimigos. Nesta altura, o descontentamento com o governo tinha também passado para a população.
O rei, a rainha, Struensee e Enevold Brant, juntamente com a corte real, passaram o verão de 1771 no Palácio de Hirschholm, a norte de Copenhagen e ficaram lá até ao final do outono. A 7 de Julho, a rainha deu à luz uma menina, a princesa Luísa Augusta e foi publicada uma proclamação que ordenava que todas as igrejas rezassem um Te Deum em sua honra.
A corte mudou-se novamente para o Palácio de Frederiksberg a 19 de Novembro.
O descontentamento geral em relação a Struensee, que se tinha fortalecido ao longo do outono de 1771, encontrou expressão numa conspiração secreta contra ele, liderada por Rantzau-Ascheburg em nome da rainha-viúva Juliana Maria, que estava disposta até a retirar poder ao rei para, assim, assegurar a posição do seu único filho.
A corte mudou-se para o Palácio de Christiansborg a 8 de Janeiro de 1771. O primeiro baile de máscaras da temporada realizou-se no teatro da corte a 16 de Janeiro.
No inicio da manhã de 17 de Janeiro de 1771, Struensee, Brandt e a rainha Caroline Mathilde foram presos nos seus respectivos quartos e a libertação do rei, que levado numa carruagem de ouro num passeio por Copenhagen, foi recebida com grande alegria. A principal acusação contra Struensee foi a de que ele tinha usurpado a autoridade real, indo assim contra a lei real. Struensee defendeu-se com bastante habilidade e, a principio, confiante de que a acusação não se atreveria a envolver a rainha, negou que o seu caso tivesse tido segundas intenções. A rainha foi levada como prisioneira para o Castelo de Kronborg.
Na madrugada de 27 para 28 de Abril, Struensee e Brant foram condenados primeiro a perder as mãos direitas e depois a serem decapitados. Posteriormente, os seus corpos seriam arrastados por uma carroça e esquartejados. Uma sentença de morte era a última coisa que Struensee esperava. A lei da corte não fazia menção das atitudes a tomar caso o monarca se revelasse incapaz de governar, por isso Struensee foi condenado por ser um plebeu a usurpar a autoridade real o que, segundo a mesma lei, era uma ofensa capital. O fato de outros o terem feito antes sem sofrer repercussões não teve qualquer importância.

Struensee esperou a sua execução em Kastellet, Copenhagen. As sentenças foram levadas a cabo a 28 de Abril de 1772 e Struensee foi o primeiro a ser executado.
Mads Mikkelsen - Johann Struensee

Alicia Vikander - Caroline Mathilde da Grã-Bretanha

Mikkel Boe Følsgaard - Christian VII da Dinamarca

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