15 Desafios

Ruínas encontradas nos últimos anos podem mudar muito do que sabemos sobre a saga da humanidade. E lugares conhecidos, como Stonehenge, na Inglaterra, ainda têm o que revelar. Conheça os 15 maiores desafios apresentados hoje pelo nosso passado mais remoto

Tiago Cordeiro | 01/08/2012 18h27

Submersa na costa do Japão, uma pirâmide de 25 m de altura cercada por templos pode fazer parte da mais antiga cidade já encontrada. Até onde se sabe, a primeira surgiu na Mesopotâmia, meio mundo longe dali, por volta de 4200 a.C. Pois as ruínas na ilha Yonaguni seriam quase quatro milênios mais velhas. E esse é só um exemplo dos novos enigmas que podem virar de ponta-cabeça versões estabelecidas sobre a trajetória da humanidade.

Falta ainda uma Pedra de Roseta para decifrar o grande mistério remanescente da Antiguidade: os hieróglifos indianos. Só com algo como o monolito que deu a chave para entender o Egito antigo, conseguiríamos traduzir essa escrita criada pelos harappianos, população que surgiu há 5 mil anos e desapareceu sem razão clara, assim como os rapanuis da ilha de Páscoa. O que levou à extinção desses povos? A resposta ajudará a evitar que situações parecidas se repitam? É possível. "A arqueologia é a ciência do futuro", diz Julian Thomas, diretor do Stonehenge Riverside Project. Esse, aliás, é um dos mais famosos sítios arqueológicos do mundo e está longe de ser explicado. Pode parecer contraditório, mas esse é um campo recente do conhecimento. A arqueologia surgiu no século 15 e só se organizou 400 anos depois. É pouco tempo para sistematizar teorias sobre a saga de 200 mil anos da nossa espécie. "O mais difícil é entender o período anterior à escrita", afirma a arqueóloga Kathryn Hirst, da Universidade de Iowa. Por isso mesmo, as marcas do passado são tão importantes. Conheça as 15 descobertas (estudadas enquanto você lê esta reportagem) que hoje mais intrigam os pesquisadores.

15º A Alexandria perdida

Imperador pode ter fundado sua capital sobre Rhacotis, uma pequena vila

Mistério - Ainda se buscam o túmulo de Alexandre e referências como a famosa biblioteca
Onde - Costa do Egito
Origem - 331 a.C.

A Alexandria moderna é a segunda maior cidade do Egito, com 4,1 milhões de habitantes. Abriga o principal porto do país e um grande centro industrial. Mas poucas cidades do mundo são tão procuradas por arqueólogos - de preferência os que sabem nadar. É que, diante da cidade atual, no mar Mediterrâneo, estão os restos da Alexandria fundada em 331 a.C. por Alexandre, o Grande, uma das mais influentes cidades de seu tempo. Com os recursos recentes de investigação submarina, os pesquisadores se acostumaram a encontrar maravilhas na região - o maior sítio arqueológico debaixo d’água do mundo abriga mais de 2 mil peças, principalmente estátuas e colunas. Nada disso era conhecido antes de 1991. "Os artefatos dão um quadro mais completo da vida na cidade", diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Algumas das descobertas trazem novas dúvidas a respeito do cotidiano de seus moradores. Até recentemente, não se imaginava que a cidade havia sido fundada por Alexandre sobre um vilarejo chamado Rhacotis, mas, a respeito disso, ainda pairam mais dúvidas do que certezas. Muitos edifícios de renome ainda não foram encontrados, como a Biblioteca de Alexandria - ingleses suspeitam de sua localização desde 2004, mas não há confirmação. Também incerto é o paradeiro do túmulo de Alexandre - há quem duvide até mesmo que seus restos estejam na cidade. Destruída por uma guerra em 115 e devastada por um tsunami 250 anos depois, a cidade foi reconstruída várias vezes nos últimos séculos. Os achados no antigo centro do helenismo podem virar o primeiro museu subaquático do mundo. O problema é que o sítio é puro caos. Há peças de várias épocas e estilos, hieróglifos de faraós desde 1880 a.C., colunas gregas e romanas e ainda esculturas de Heliópolis, cidade que ficava a 230 km de distância. Só o mapeamento da área vai levar décadas.

14º A primeira metrópole

Tell Brak inovou na forma de organização das cidades

Mistério - Povo desconhecido redefine ocupação da Mesopotâmia

Onde - Síria

Origem estimada - Anterior a 3900 a.C.

Há décadas, arqueólogos acreditam que as primeiras civilizações do Oriente Médio se desenvolveram na Mesopotâmia, na terra fértil entre os rios Tigre e Eufrates. Em 2007, Jason Ur, da Universidade de Harvard, anunciou a descoberta de uma cidade de 6 mil anos em Tell Brak. Localizada em 525 mil m2, a metrópole chegou a ter, por volta de 3900 a.C., um governo rigidamente hierarquizado. Cidades surgidas no mesmo contexto, como Ur, 300 anos antes, nasciam de um grupo de nômades, que definia um lugar adequado para se instalar. Tell Brak, porém, começou como vilarejos dispersos, que se agruparam em direção do centro, como uma região metropolitana. O que isso significa? Não se sabe ao certo, assim como são desconhecidos seus habitantes, por que viviam em um lugar tão seco e que tipo de religião seguiam. Em 2006, em Mugahara, também na Síria, surgiram evidências de ocupação da área: um mural de 11 mil a.C. e um cemitério de 3800 a.C. cujos corpos tinham os mais antigos sinais de mortes violentas de que se tem notícia.

13º As esculturas "alienígenas" da Costa Rica

Artefatos chegam a pesar 16 toneladas

Mistério - Civilização desconhecida

Localização - Rio Díquis, Costa Rica

Origem estimada - Anterior ao século 15
Pedras arredondadas com perfeição ao norte da América Central trazem um desafio diferente aos pesquisadores. Elas estão na Costa Rica, foram descobertas no delta do rio Díquis na década de 1930, são cerca de 300 e variam de tamanho, de poucos centímetros a mais de 2 m de diâmetro. Algumas chegam a pesar 16 toneladas. Sabe-se que foram obra de mãos humanas. Todas têm como matéria-prima uma rocha ígnea chamada granodiorito. Mas, para os ufólogos, os artefatos são um sinal inequívoco de inteligência extraterrestre agindo na Terra - teoria apresentada em 1971 pelo suíço Erich von Däniken, autor de Eram os Deuses Astronautas?
Os arqueólogos consideram que é tudo trabalho de alguma civilização antiga, já que as pedras costumam ser encontradas próximas a cerâmicas pré-colombianas. Qual civilização produziu as esculturas? Como? Ainda não há respostas.

12º Os "astecas" de Cuba...

Ruínas mostram que ilha já esteve ligada ao México

Mistério - Cidade submersa de povo incógnito

Onde - Mar do Caribe
Origem estimada - Desconhecida
Tudo começou há dez anos com um trabalho de exploração no mar do Caribe para instalar cabos de fibra ótica. Os sonares de uma empresa canadense encontraram, em área de Cuba, uma pirâmide de pedra com 67 m de altura. Pesquisas posteriores, com o uso de um minissubmarino, revela que o local, a 650 m de profundidade, abrigou uma grande cidade. "É impossível que aquelas pedras colocadas simetricamente sejam obra da natureza", diz o oceanógrafo Jean-Daniel Stanley, pesquisador do Museu Smithsonian de História Natural. O instituto é quem está explorando o local. "Não sabemos quem habitou o lugar ou quando. Mas a localização das construções sugere que Cuba já esteve ligada ao território mexicano por uma faixa de terra.

11º ...E os dos EUA
Anasazis escavaram palácios e moradias na rocha

Mistério - De onde vieram e como desapareceram os anasazis.
Onde - Divisa dos estados de Utah, Arizona, Novo México e Colorado
Origem estimada - Século 8


No caso dos anasazis, o começo da civilização é tão misterioso quanto o seu fim. Certo mesmo é que esses indígenas, que viveram nos EUA, surgiram por volta do século 8. "Não sabemos como eles nomeavam seu próprio povo. Anasazi era o apelido pejorativo dado pelos índios navajos: ‘Inimigo antigo’", diz John Ware, diretor da Amerind Foundation. Vizinhos de outros três povos nativos menos pujantes (mogollon, hohokam e patayan), os anasazis viviam em platôs 2,6 mil metros acima do mar. Em cânions verticalizados, aproveitaram a rocha para escavar moradias. Em 1997, foram encontradas pinturas que indicam que eles já conheciam a tecnologia dos pararraios. Não se sabe exatamente como eles surgiram e por quê, por volta de século 14, começaram a migrar muito rápido, aparentemente sem rumo, até desaparecer (ou apenas se diluir entre outros povos). A culpa seria dos períodos de seca intensa. A tese é contestada, já que outras fases sem chuva não haviam abatido os nativos. Hoje, vários povos indígenas americanos se dizem descendentes dos anasazis.

10º A verdadeira Troia
Várias ruínas sobrepostas indicam ao menos nove cidades

Mistério - A cidade que teria inspirado os épicos de Homero

Onde - Hissarlik, Turquia

Origem estimada - 1200 a.C.
Não existe apenas uma Troia, mas nove, todas na mesma área, e as mais novas construídas sobre as mais antigas. Cada uma delas vem sendo descoberta desde que arqueólogos amadores, como o inglês Frank Calvert e o alemão Heinrich Schliemann, encontraram a primeira e a segunda, em 1865 e em 1871, respectivamente. Qual foi o cenário da grande guerra descrita por Homero na Ilíada e na Odisseia? Hoje acredita-se que é a chamada Troia 7. Schliemann, um obcecado por encontrar a cidade, que, em suas escavações apressadas, destruiu artefatos importantes, ficaria frustrado. Como muitos que vieram depois dele, pois o alemão tinha certeza de que sua Troia é que tinha visto as façanhas descritas pelo historiador grego. Nem sempre se acreditou que Troia ficava na atual Turquia. Ao longo dos séculos, historiadores chegaram a localizar a cidade original na costa grega, na Itália, na Croácia e até mesmo na Escandinávia e na Inglaterra. Foi o achado de um muro e de indícios que localiza aquele trecho do sítio arqueológico como de 1200 a.C., a época aproximada do conflito. "Não é impossível que localizemos outras Troias no mesmo ponto ou mudemos a data estimada de algumas. O local ainda precisa de muitas investigações", diz Frank Starke, arqueólogo da Universidade de Tübingen, na Alemanha, que hoje pesquisa o sítio, juntamente com a Universidade de Ege, na Turquia.

9º Apocalipse na Ilha de Páscoa

Tese tradicional do colapso ecológico é contestada
Mistério - O que exterminou os rapanuis?

Onde - Chile

Origem estimada - Século 9
Por volta do ano 800, um grupo de navegadores polinésios se instalou no lugar que hoje conhecemos como ilha de Páscoa, um dos pontos mais isolados do planeta. Em 1200, eles já formavam uma civilização avançada, capaz de construir gigantescas figuras monolíticas de pedra, os moais. Perto do século 17, os rapanuis desapareceram. Até recentemente, a tese mais aceita para explicar esse fenômeno era a do colapso ecológico: a exploração exagerada dos recursos naturais teria inviabilizado a vida na ilha. Agora essa teoria vem sendo refutada. "A derrubada de árvores e a extinção de espécies animais simplesmente não explica o fim. A história é muito mais complexa", diz o arqueólogo Terry Hunt, professor da Universidade do Havaí que conduziu um estudo de datação de carbono na ilha. A extinção seria resultado de uma combinação de fatores, incluindo a proliferação descontrolada de ratos, mudanças climáticas (não provocadas por humanos, como o aumento de temperatura de 3 oC entre os séculos 12 e 16, talvez consequência da atividade vulcânica na região), o desaparecimento de florestas (para erguer os moais) e ainda o contato com exploradores europeus. Até mesmo o conceito tradicional de que a civilização local desapareceu rapidamente está em xeque. "Os primeiros relatos que descrevem a ilha como um lugar decadente são influenciados por preconceitos típicos da Europa da época", afirma Hunt.

8º A Pompeia da Indonésia
Erupção soterrou Tambora

Mistério - Detalhes sobre o reino perdido de Tambora
Onde - Ilha Sumbawa
Origem estimada - Desconhecida


A Indonésia também tem sua Pompeia, mas ela tem sido estudada só há cinco anos. A cidade, batizada com o mesmo nome de um vulcão da região, foi completamente destruída em 1815, quando aconteceu aquela que é tida como a maior erupção já registrada - matou cerca de 90 mil pessoas e foi pelo menos quatro vezes mais potente que a famosa explosão do Krakatoa, de 1883. Encontrada em 2006 sob cinzas e sedimentos na ilha Sumbawa, a provável capital do antigo reino de Tambora tinha cerca de 10 mil moradores. No local foram achados até agora peças de bronze, algumas casas e corpos carbonizados (um deles parece o de uma mulher cozinhando). Até este achado, o reino existia apenas nos relatos de exploradores britânicos e holandeses, impressionados com o idioma daquele povo, muito diferente dos demais falados no arquipélago da Indonésia.


7º A mega-Stonehenge

Local pode ter abrigado sofisticados rituais funerários
Mistério - Construção era maior e mais complexa do que se imaginava
Onde - Salisbury, Inglaterra

Origem estimada - 3000 a.C.
Se os maiores mistérios da arqueologia pudessem ser sintetizados em uma só imagem, seria a das colunas de Stonehenge. Quanto mais se estuda a construção, menos se sabe sobre ela. Pesquisadores debatem a respeito de sua origem exata, sua função e até suas dimensões. Em 2010, foi identificado no subsolo, graças sobretudo a radares, algo que pode ser mais um conjunto de pedras do complexo, a 1 km de distância do centro. "O apelo de Stonehenge é enorme. São mais de 1 milhão de visitantes por ano", diz o historiador Julian Thomas, diretor do Stonehenge Riverside Project. "Há mais de um século, muitas pessoas se reúnem ali para celebrar o solstício de verão (o dia mais longo do ano)." Há seis fases conhecidas de construção do local, estimadas entre 3000 a.C. e 1520 a.C. - a primeira ainda usava estacas de madeira e a última deixou o legado que conhecemos. Para isso, acredita-se que as pedras de até 50 toneladas tenham sido levadas por uma distância de 30 km (alguns geólogos, porém, defendem que elas estavam mais próximas). Entre os séculos 17 e 18, ele foi considerado um templo druida, ideia superada, assim como a de que ajudaria a prever eclipses. O lugar já foi considerado também ponto de encontro das tribos da região (que tem registros humanos há pelo menos 10 mil anos). Mas a hipótese mais aceita hoje é a mais antiga - a de que servia para homenagear os mortos. "De fato, há restos humanos", afirma Thomas. E quanto ao novo local, encontrado no ano passado? O historiador, que lidera uma iniciativa de checar todos os dados disponíveis atrás de respostas, acredita que poderia ser o ponto de partida dos rituais funerários - ele era ligado ao monumento central por uma avenida. Mas também pode ser um cemitério anexo.

6º O sismógrafo de 6 mil anos

Mais de mil blocos de pedra estão dispostos de modo ordenado em dez filas
Mistério - A função dos megalitos de Carnac

Onde - França

Origem estimada - 4500 a.C.
Se não existisse Stonehenge, Carnac seria o sítio arqueológico mais enigmático da Europa. O lugar consiste de 3 mil megalitos, alinhados ao longo de 12 km na costa oeste da França. De acordo com a mitologia da região, esse é o resultado de uma ação do mago Merlin, que teria transformado cada legionário em formação numa pedra. Por enquanto, sabe-se que o local é obra de humanos do Neolítico e foi erguido entre 4500 e 3000 a.C. - época em que os construtores de Stonehenge ainda usavam madeira para erguer a primeira versão de seu monumento. Quanto ao objetivo da obra, a teoria menos refutada é a de que a formação ajudava a prever terremotos. Isso porque as pedras alinhadas mudavam de posição com tremores. Quanto maior a diferença de posição e o local onde ela ocorreu, seria possível controlar as variações de tremores. "Conheci Carnac nos anos 1960. Nunca mais parei de pesquisar o lugar e ainda sei muito pouco sobre ele", afirma Roslyn Strong, historiadora e pesquisadora da Neara (New England Antiquities Research Association). As pedras têm tamanhos diferentes e em alguns pontos aparecem amontoadas. No trajeto, há túmulos em que, acredita-se, os construtores haviam deixado artefatos, talvez religiosos. A maior das linhas em que o sítio se divide, chamada Kermario, apresenta outra possível resposta para as motivações dos construtores: são 1 029 blocos de pedra, em dez filas de 1 120 m, que seguem na direção leste e se orientam para um ponto do céu onde o sol se levanta no solstício de verão (o dia mais longo do ano). "Estamos muito longe de responder a todas as dúvidas que Carnac nos apresenta", diz Roslyn, adepta da teoria de que o local é um grande e sofisticado sismógrafo.

5º A descoberta da Europa
Creta marca migração

Mistério - O homem chegou à Europa 100 mil anos mais cedo?

Onde - Ilha de Creta
Origem estimada - 128 mil a.C.
Talvez a mais impressionante descoberta de 2010, liderada pelos arqueólogos Thomas Strasser e Curtis Runnels, artefatos em Creta devem revolucionar o que se pensava sobre a ocupação da Europa e a datação das primeiras migrações de populações africanas pelo mar Mediterrâneo. Na ilha, que fica a meio caminho entre Europa e África, foram achados pequenos machados de pedra. Encontrados entre vários outros itens, tinham 130 mil anos e eram semelhantes a outros achados na África e no sudoeste da Ásia. Até então, aceitava-se que o Homo sapiens só tinha chegado ali 30 mil anos atrás. A diferença é gigantesca. "Temos certeza absoluta da nossa datação e acreditamos que os hominídeos podem ter ocupado a ilha ainda antes", diz Runnels, professor de arqueologia da Universidade de Boston, que pesquisa a ilha há três décadas. "Por enquanto, é só o que sabemos."


4º A civilização submersa dos Andes

Achado remete ao mito do Eldorado
Mistério - Povo incógnito é anterior aos incas

Onde - Lago Titicaca, Bolívia
Origem estimada - Séculos 1 a 6
Desde o início da colonização espanhola na região dominada pelos incas, no século 16, correm lendas sobre cidades riquíssimas. Uma delas remete a Wanaku, pré-inca, destruída por uma enchente e uma das várias versões para o mito do Eldorado. Em 2000, um grupo de pesquisadores da Akakor Geographical Exploring achou um templo, uma avenida, um muro com 800 m e terras planas, supostamente usadas para a agricultura. Tudo isso a 30 m de profundidade no lago Titicaca. "Sem dúvida, o local foi uma cidade anterior aos incas", diz o oceanógrafo Jean-Daniel Stanley. E esconde mistérios sobre a ocupação do local há 1,5 mil anos. Os nativos, que consideram o Titicaca o berço do mundo, temem que as pesquisas tragam maus presságios para a região.

3º Um observatório milenar na Amazônia

Blocos de granito têm corpos enterrados próximos
Mistério - Houve uma civilização avançada na Amazônia?

Onde - Calçoene, Amapá
Origem estimada - Século 11
 Há cerca de mil anos, onde hoje está o Amapá, 127 blocos de granito, com mais de 4 m de altura, foram fincados em um círculo de 30 m de diâmetro. Dois deles parecem servir como indicação para o solstício de inverno (o dia mais curto do ano). Em 2006, Mariana Petry Cabral e João Darcy Saldanha, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá, apresentaram os resultados da primeira pesquisa no local. "Uma estrutura como esta exigiu tempo e algum tipo de organização social para ser erguida", diz Mariana. Marcas nas pedras indicam que elas foram extraídas do solo. Havia corpos enterrados (com roupas e artefatos diferenciados, o que sugere uma hierarquia). Que os nossos indígenas dominavam a astronomia não é novidade, mas o fato de construírem uma estrutura fixa para observar o céu é sinal de que aquela comunidade podia estar abandonando a vida nômade, coisa que nenhuma civilização amazônica faria novamente.

2º Um novo Egito, no Paquistão
Para pesquisador, escrita harappiana guarda o último grande enigma da Antiguidade

Mistério - Hieróglifos escondem detalhes e o destino de uma das primeiras e mais sofisticadas civilizações conhecidas
Onde - Paquistão
Origem estimada - 3300 a.C.
O último grande enigma da Antiguidade está na escrita de uma civilização imponente que desapareceu por volta de 1300 a.C. É o que sustenta o pesquisador Mayank Vahia, do Tata Institute of Fundamental Research, de Mumbai, na Índia. A civilização que ocupou a região hoje dividida entre Índia e Paquistão teve 5 milhões de habitantes. Surgiu por volta de 3300 a.C. e atingiu o auge entre 2600 e 1900 a.C. - nessa época, não devia nada para povos contemporâneos.
Os indoarianos ergueram cidades planejadas e praticaram a agricultura recorrendo a sistemas de drenagem muito eficientes. Entre eles estavam os primeiros dentistas conhecidos. Artesãos, tecelãos e metalúrgicos também se destacavam, assim como os comerciantes. Suas rotas de comércio chegaram ao golfo Pérsico e as feiras que eles realizavam na época sobrevivem, com pouquíssimas mudanças, até hoje. Entre 1300 e 1000 a.C., os harappianos (como são hoje conhecidos por causa da sua capital, Harappa) simplesmente sumiram. As ruínas das cidades da civilização estão cheias de vasos e selos de argila com desenhos de animais e figuras geométricas, tudo disposto da direita para a esquerda. Ali estão registradas transações comerciais e informações administrativas, acredita-se. Mas ainda falta uma Pedra de Roseta, como a que revelou a escrita egípcia porque tinha a mesma inscrição em grego. A própria existência de Harappa era desconhecida do Ocidente até 1842. "Sabemos que esse povo era pacífico e, possivelmente, prezava a igualdade econômica", diz o arqueólogo Jonathan Kenoyer, professor da Universidade de Wisconsin. "Mas, enquanto não decodificarmos a escrita dele, vamos continuar fazendo mais suposições do que afirmações." Sobre o desaparecimento da civilização, faltam dados e sobram opiniões. Há quem defenda que os governantes foram incapazes de lidar com tantos habitantes. Como no caso dos maias, também existem os defensores das causas climáticas - mudanças bruscas de temperatura, aliadas ao desmatamento, teriam provocado longas secas e migrações. Uma terceira linha considera que os harappianos foram derrotados militarmente e incorporados pelos indoarianos.

1º A primeira cidade do mundo?

Construções submersas no Japão, inclusive templos em forma de pirâmide, teriam sido erguidas em 8 mil a.C.
Mistério - Pode revelar povo mítico e mudar o que se sabe sobre aocupação do planeta

Onde - Ilha Yonaguni, Okinawa
Origem estimada - 8 mil a.C.

Há 26 anos, um mergulhador percorria os arredores de Okinawa quando esbarrou em uma estrutura de pedra de 12 m de altura. Fotografou e seguiu adiante. Em 1997, o geólogo Kimura Masaaki, da Universidade de Ryukyus, foi conferir a estrutura - havia anos, ele defendia a tese de que aquela região tinha abrigado uma civilização pré-histórica, que teria deixado marcas culturais na atual população da ilha. Até então, o que se sabia é que a civilização no Japão surgiu perto de 1000 a.C. Masaaki encontrou oito sítios, interligados entre si e semelhantes ao desenho de Machu Picchu. Em 4 km2 , a 60 m de profundidade, havia uma pirâmide de 25 m de altura, cinco templos, um estádio e muros. Certas pedras estavam esculpidas com imagens de humanos e de animais. Ele acredita tratar-se dos restos da mais antiga cidade humana. Os primeiros registros nessa linha estão na Mesopotâmia e datam de cerca de 4000 a.C. "Não temos fósseis e utensílios, pois essas evidências não são preservadas no mar. Isso dificulta a datação. Mas pelo tipo de construção (e as ferramentas exigidas para isso) acho que as estruturas de Yonaguni são de 8 mil a.C.", diz ele. Sabe-se que a região foi atingida por um tsunami em 2 mil a.C.. Assim, o complexo teria ao menos 4 mil anos. De início, a descoberta causou polêmica. "Não identifiquei sinais claros de civilização nas construções. Mas nunca vi formações marítimas como aquelas", afirma o geólogo Robert Schoch, da Universidade de Boston. Ele foi o único a colocar em dúvida se as formações são obra humana. Enquanto geólogos da Universidade de Tóquio confirmavam as afirmações de Masaaki, a imprensa local relacionava a cidade a míticas civilizações, como Mu, que teria sido pujante na Ásia até ser engolida pelo mar. "É possível que o local tenha inspirado os mitos. Mas não dá para garantir", diz Masaaki - que ainda não tem uma teoria detalhada a respeito de quem habitou as construções. O fato é que aquelas pessoas podem ter inaugurado as cidades. "Esse achado muda tudo o que sabemos sobre as primeiras civilizações. Elas começaram mais cedo e foram mais evoluídas do que imaginávamos." O Japão ainda não ordenou a preservação da área.

Saiba mais

LIVROS


Archaeology and Modernity, Julian Thomas, Taylor & Francis Inc., 2004.

O diretor do Stonehenge Project apresenta uma visão bastante atual da arqueologia.

A Continent Lost in the Pacific Ocean - Riddle of the Submarine Ruins in the Ryukyu Islands, Kimura Masaaki, Universidade de Ryukyu, 1998.

Sem edição no Brasil, traz o primeiro balanço das pesquisas do autor sobre a cidade submersa em Okinawa. Desde então, porém, ele já mudou seu cálculo sobre a datação do local.
http://historiapensante.blogspot.com.br/2012/11/15-enigmas-arqueologicos-que-podem.html

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