Teena Brandon nasceu no ano de 1972 na cidade de Lincoln, Estado de Nebraska. Quando criança, ela foi considerada como uma menina masculinizada a qual todo mundo chamava Brandon. Depois de ter sido abusada sexualmente por um parente do sexo masculino, ela se mudou para Richardson County, Nebraska e começou a viver inteiramente como homem. Ela tornou-se amigo de dois ex-condenados John Lotter e Marvin "Tom" Nissen. Ela também começou a namorar uma mulher (Lana Tisdel). Nenhum de seus amigos sabia que ela era do sexo feminino. Em 15 de dezembro, Brandon foi preso por falsificação de cheques e sua namorada, Lana, que foi pagar sua fiança achou estranho porque Brandon estava na seção das mulheres do presídio. Aí Lana descobriu seu sexo verdadeiro. De acordo com Lana, ela parou de "namorar" Brandon neste momento. Quando a prisão de Brandon foi publicada no jornal com seu nome verdadeiro. Lotter e Nissen descobriram a verdade. Estupraram Brandon e a espancaram. Brandon foi à polícia, mas um grande número de erros administrativos resultou que o seu caso não fosse investigado. Infelizmente, Lotter e Nissen assassinaram Brandon. Lotter foi condenado à morte e à prisão perpétua Nissen. A história de Teena Brandon se tornou o assunto do filme vencedor do Oscar, “Meninos Não Choram” de 1999, dando a atriz Hillary Swank o Oscar (Melhor atriz principal) por sua atuação no papel de Brandon. A foto à esquerda é o verdadeiro Brandon.

James Gray nasceu Hannah Snell em 1723 em Worcester, na Inglaterra. Quando criança, ela brincava com soldados de chumbo, mas era vista como uma menina normal. Em 1744 ela se casou com James Summs, e dois anos mais tarde deu à luz a uma filha. Dentro de um ano a filha havia morrido e seu marido a abandonara. Ela pegou emprestou um terno de seu cunhado James Gray, cujo nome ela assumiu. Ela começou a viajar, tentando encontrar seu marido, que ela descobriu mais tarde tinha sido executado por assassinato. Ela viajou para o Portsmouth e ingressou na Royal Marines. Foi enviada para a batalha duas vezes, durante as quais ela foi ferida 11 vezes nas pernas, e uma vez na virilha. Não se sabe como ela ocultou o seu sexo quando seu ferimento na virilha foi tratado. Em 1750, seu pelotão retornou à Inglaterra e ela revelou seu verdadeiro sexo aos seus companheiros. Ela contou sua história para os jornais e pediu pensão militar que foi, surpreendentemente, concedido. Seu serviço militar foi oficialmente reconhecido e ela finalmente abriu um pub chamado "A Guerreira". Ela finalmente se casou novamente e teve dois filhos. Hannah morreu em 1792.

Petter Hagberg (Brita Nilsdotter) nasceu em 1756 em Finnerödja, na Suécia. Em 1785 casou-se com Peter Anders Hagberg que era um soldado da guarda. Pouco depois do casamento, ele foi chamado para participar na guerra russa-sueca (1788-1790) onde desapareceu. Sem o marido, Brita se vestiu como um homem e se alistou no exército para encontrá-lo. Ela participou da Batalha de Svensksund (foto acima) e da Batalha de Vyborg Bay como um fuzileiro naval. Durante seu tempo lá seu comandante gritou o nome de "Hagberg" e tanto ela quanto seu marido se adiantaram. Os dois mantinham relações sexuais em segredo. Mais tarde, na batalha de Björkö Sund, Brita foi ferida e teve que ser atendida por um médico do exército. Ela foi atendida a contragosto e seu sexo foi revelado. Após a guerra foi dado a ela uma pensão (inédito na época) e foi concedida uma licença para o comércio (também inédito para uma mulher casada). Ela foi premiada com uma medalha de bravura e teve um funeral militar.

Albert Cashier nasceu Jennie Irene Hodgers em 1843. Em 1862, Hodgers se disfarçou de homem e alistou-se no Regimento de Infantaria 95 Illinois com o nome Albert Cashier. O regimento estava sob o comando de Ulysses S. Grant e ela lutou em mais de 40 batalhas. Cashier conseguiu manter-se disfarçada dos soldados, achavam que ela era apenas “pequeno” preferindo ficar sozinho, foi capturado na batalha, mas conseguiu escapar de volta para as linhas da União após subjugar um guarda. Ela lutou com o regimento durante a guerra até 1865. Após a guerra, a Cashier continuou a viver como um todo, do sexo masculino. Convincente ao seu redor, por quarenta anos Cashier trabalhou como zelador da igreja, cemitério e acendedor de rua. Votou como homem e reivindicou uma pensão de veteranos. Em 1910, ela foi atingida por um carro e quebrou a perna. Um médico descobriu o seu segredo, mas concordou em manter-se calado. Em 1911, Cashier mudou-se para uma casa de repouso de soldados veteranos. Após o começo do deterioramento de sua mente, um dos atendentes deu-lhe um banho e descobriu seu sexo verdadeiro. Ela foi forçada a usar um vestido a partir desse momento. Cashier morreu em 1915 e foi enterrado em sua farda militar. Seu túmulo continha as palavras: "Albert DJ Cashier, Co. G, 95 Inf Illinois." - Quando ela finalmente foi rastreada até Jennie Hodgers, uma segunda lápide foi erguida com os dois nomes.

Marinus nasceu Marina no século 6. Seu pai queria se juntar a um mosteiro (Mosteiro de Qannoubine, no Vale Santo, Líbano) assim que ele assumiu levou sua filha disfarçada como um menino com ele. Ambos foram admitidos e tornaram-se monges. Depois de viver no mosteiro durante anos, tornou-se necessário que ambos, pai e filha fossem viajar. Enquanto que estávam hospedados em uma pousada, a filha rebelde do dono da estalagem ficou atraída por Marinus e tentou seduzi-lo. Quando Marinus recusou os avanços, a moça afirmou que "ele" tinha a seduzido e que ela estava grávida. Marinus recusou-se a desmentir as alegações, mostrando que ela era, na verdade, do sexo feminino, e foi expulsa do convento. Passou a morar fora dos muros mosteiro mendingando. Para piorar a situação, Marinus foi forçado a assumir a guarda do filho e criá-lo. Ela permaneceu lá, com a criança, fazendo duras penitências, e trabalhando em trabalhos braçais. Foi somente com sua morte que seu sexo foi finalmente revelado. Marinus é venerado como uma santa na Igreja Católica Romana e Ortodoxa. Ela é conhecida como Santa Marina, o Monge. St Marina está acima em vermelho.

Denis Smith (nascida Dorothy Lawrence) foi uma repórter de Inglesa que se disfarçou de homem para ir em segredo a Primeira Guerra Mundial. Dorothy, 19 anos, estava morando em Paris e queria ser uma repórter de guerra. Algo que era impossível devido ao seu sexo, e a dificuldade que os homens ainda tinham no momento de chegar à linha de frente como jornalistas. Ela convenceu dois jovens soldados para dar-lhe um uniforme, teve seu cabelo cortado curto em estilo militar, e sua cor de pele disfarçada para dar uma aparência bronzeada. Com documentos de identidade falsificados como Soldado Denis Smith dos Bn 1, Leicestershire Regiment, chegou até as linhas de frente. Encontrou um amigo durante a guerra, que nada relatou. Ela achou um chalé abandonado para dormir à noite. Após 10 dias, ela ficou preocupada que, se seu sexo fosse descoberto, os homens que a tinham ajudado estaria em perigo. Ela apresentou-se aos chefes da empresa e foi colocado sob prisão. Ela foi interrogada como espiã. Declarou um prisioneiro de guerra. Os militares estavam preocupados que, se a sua história saísse a luz, outras mulheres tentaraim entrar para o exército disfarçada. Dorothy foi obrigada a assinar uma declaração que ela não iria contar a sua história. Quando ela voltou para Londres, ela foi incapaz de trabalhar devido ao depoimento. Quando a guerra terminou, ela escreveu sua história, mas o gabinete de guerra censurou e a história só iria sair até muitos anos depois. Em 1925, Dorothy foi institucionalizada como louca e morreu em Colney Hatch Lunatic Asylum, em 1964.

Malinda Blalock era um soldado do sexo feminino durante a Guerra Civil Americana, que lutou bravamente em ambos os lados. Quando a guerra começou, ao invés de ser separada do marido Keith, ela decidiu se disfarçar como homem e se juntar ao exército também. Ela foi oficialmente registrada em 20 de março de 1862, como "Blalock Samuel" Sammy "- afirmando ser o irmão mais velho de seu marido. Seus trabalhos são um registo dos poucos registros sobreviventes de mulheres soldados na Guerra Civil. Malinda era um bom soldado e sua identidade nunca foi revelada. Um dos cirurgiões do exército disse dela: "Ela teve perfurações e fez os deveres de um soldado como qualquer outro membro da Companhia, e foi muito apta na aprendizagem do manuo da broca." Eventualmente, o casal desertou do exército.

James Barry (nascido 1792-1795) foi um cirurgião militar no exército britânico, e até ao final de sua carreira foi Inspector Geral a cargo de hospitais militares. Serviu na África do Sul e Índia. Entre suas realizações está a cesariana, a primeira feita com sucesso na África por um cirurgião britânico, em que ambos, mãe e filho sobreviveram à operação. James Barry nasceu Margaret Ann Bulkley e é, portanto, a primeira mulher britânica a se tornar um médico qualificado. Acredita-se que Bulkley assumiu o papel de um homem para alcançar seus sonhos de trabalhar na medicina - um sonho que não poderia ser cumprida se ela permanecesse uma mulher. Cartas revelam que pode ter havido uma conspiração por parte da mãe de Barry e tios para levá-lo na escola de medicina. Ele morreu de disenteria 25 de julho de 1865 e, aparentemente, a faxineira que cuidou do seu corpo, Sophia Bispo, foi a primeira a descobrir o corpo feminino, e revelou a verdade após o funeral. Depois de muitas pessoas afirmaram "ter sabido o tempo todo". O exército britânico manteve seus registros fechados durante 100 anos. James é retratado acima, à esquerda.

Charles-Geneviève-Louis-Auguste-André-Timothée D'Eon de Beaumont. Nasceu em 1728 na França. D'Eon nasceu mulher, mas viveu a primeira metade de sua vida como homem. Afirmado em sua autobiografia. Os Eon's queriam ela fosse criada como um menino porque seu pai só poderia herdar o dinheiro de seus sogros, se tivesse um filho. Como era costume da época. Porque a sua família eram os nobres sem título, que se intitulavam como "Chevalier" - que significa "cavaleiro". Em 1756, D'Eon se juntou ao serviço de espionagem do rei Luís XV e viajou em uma missão secreta para a Rússia para cumprir os desígnios da Imperatriz Elizabeth. Em 1761, D'Eon voltou para a França. No ano seguinte, tornou-se um capitão de fragatas sob o desígnio do Marechal de Broglie e lutou nos últimos estágios da Guerra dos Sete Anos. Ela foi ferida e recebeu a Ordem de Saint-Louis. A ela, acabou por ser concedida uma pensão e viveu no exílio político em Londres. Como parte de sua negociação com a coroa do rei Louis XVI, foi-lhe dito que ela poderia voltar para a França, mas teria que viver como uma mulher - uma oferta que ela aceitou, porque o rei se ofereceu para pagar a sua roupa nova. Ela viveu o resto de sua vida como uma mulher.

Billy Tipton (Dorothy Lucille Tipton nasceu em 1914) foi uma pianista americana de jazz e saxofonista. Em 1933, ela iniciou sua carreira como músico em vários pequenos bares em Oklahoma. Conforme o passar do tempo começaram a associar o nome de seu pai Billy e, eventualmente, ela começou a apresentar-se como homem. Primeiramente aparecia travestida no sexo masculino apenas em performances, mas em 1940 ela estava vivendo inteiramente como um homem. Ela finalmente fez sucesso como músico e passou a gravar uma série de álbuns muito populares. Tipton havia tido uma série de relacionamentos lésbicos durante a qual ela foi capaz de manter o sexo escondido. Ela teve uma longa relação com uma mulher ocultando seu sexo o tempo todo e adotaram três filhos. Ela foi descrita como "Um bom pai que gostava de ir à campos de escotismo". Em 1989, na idade de 74 anos, morreu Tipton. Foi só então que o médico legista revelou à sua família e amigos que ela era, na verdade, uma mulher.