Artigo da Super Interessante
A cura da Aids
A ciência já sabe como dar o golpe final no vírus HIV: expulsá-lo do corpo humano. Conheça os bastidores da descoberta médica mais importante dos últimos 25 anos - e as histórias de pessoas que já foram curadas da doença.
Por Reportagem Alexandre de Santi, Valquíria Vita e Bruno Garattoni.
Ele é rudimentar. É uma bolinha minúscula, de 130 nanômetros, com apenas nove genes dentro. O vírus HIV não se compara, nem de longe, à sofisticação de uma célula humana (que tem 20 mil genes) ou mesmo uma bactéria (500 genes). Mas ele mudou a história da humanidade: espalhou pânico, transformou hábitos, arrasou países africanos, matou 30 milhões de pessoas. O homem respondeu criando os antirretrovirais, remédios que contêm a multiplicação do vírus e evitam que o soropositivo morra de Aids. Hoje, 8 milhões de pessoas têm as vidas preservadas por esses medicamentos. Eles não são uma cura, pois não eliminam o vírus - que continua escondido no organismo.
Ele é rudimentar. É uma bolinha minúscula, de 130 nanômetros, com apenas nove genes dentro. O vírus HIV não se compara, nem de longe, à sofisticação de uma célula humana (que tem 20 mil genes) ou mesmo uma bactéria (500 genes). Mas ele mudou a história da humanidade: espalhou pânico, transformou hábitos, arrasou países africanos, matou 30 milhões de pessoas. O homem respondeu criando os antirretrovirais, remédios que contêm a multiplicação do vírus e evitam que o soropositivo morra de Aids. Hoje, 8 milhões de pessoas têm as vidas preservadas por esses medicamentos. Eles não são uma cura, pois não eliminam o vírus - que continua escondido no organismo.
Mas essa história está prestes a dar uma virada dramática. A ciência finalmente
descobriu como dar o último passo: arrancar o HIV dos lugares onde ele se
esconde no corpo humano. No último ano, vários grupos de pesquisadores
comprovaram que é possível expulsar o HIV de seus esconderijos e jogá-lo de
volta na corrente sanguínea - de onde ele poderia ser eliminado, livrando
completamente o organismo do vírus. Ou seja, cura. Os pesquisadores mantêm
cautela, mas a possibilidade tem gerado euforia em setores da comunidade
científica. Parece que, depois de passar as últimas décadas tomando dribles do
vírus, a humanidade finalmente pode ter descoberto uma forma de encurralá-lo.
"Há dois anos, se alguém falasse em cura, seria considerado maluco. Isso
era considerado impossível", diz John Frater, imunologista da Universidade
de Oxford e um dos líderes do Cherub (Collaborative HIV Eradication of Viral
Reservoirs), projeto que reúne cinco universidades inglesas num estudo contra o
vírus. "Estou genuinamente entusiasmado", afirma.
A técnica de expulsão do HIV é a inovação científica mais importante, e
instigante, das últimas décadas. Mas não é a única novidade na luta contra o
vírus. Há pessoas que, por meio de outros procedimentos médicos, foram curadas
da Aids. Em alguns casos, elas desenvolveram resistência ao HIV; em outros, o
vírus desapareceu do organismo. Você vai conhecer essas histórias a seguir.
ONDE O VÍRUS SE ESCONDE
Como o HIV é muito pequeno, penetra facilmente nas mucosas genitais durante o
sexo, e delas vai para a corrente sanguínea, onde encontra sua vítima: as
células T, peças centrais do sistema imunológico. O vírus penetra nessas
células e as escraviza, transformando-as em máquinas de produzir HIV. É um
processo diabolicamente eficiente, que gera 100 bilhões de novas cópias do
vírus por dia. No começo, a pessoa não sente nada, no máximo febre e um
mal-estar discreto. Mas as células T vão morrendo até que, após alguns anos, o
sistema imunológico fica comprometido - e a Aids se instala.
Existem dois tipos de células T: as ativas e as inativas. É como no exército.
Alguns soldados estão de prontidão nos quartéis e outros vivem na reserva,
podendo ser convocados em caso de emergência. O HIV infecta tanto as células
ativas quanto as inativas. O problema é que os medicamentos antirretrovirais só
agem nas células ativas. Nas células inativas, que vivem numa espécie de
hibernação, o remédio não faz efeito. Isso porque essas células não contêm um
montão de HIV dentro. Na verdade, é algo mais assustador ainda.
Elas têm o vírus HIV copiado dentro do próprio código genético. Isso significa
que, conforme vão sendo ativadas pelo organismo (um processo natural, que
acontece ao longo da vida de todo mundo), começam a se reproduzir - e fabricar
enormes quantidades do vírus. É por isso que os medicamentos antirretrovirais
não curam a Aids. As células T inativas funcionam como um enorme reservatório
de vírus. Ele até vai sendo esvaziado aos poucos, na medida em que as células
inativas vão sendo repostas pelo organismo e o vírus vai sendo eliminado pelos
medicamentos, mas isso leva uma eternidade: segundo estimativas, pelo menos 60
anos. Ou seja, o portador de HIV tem mesmo de passar a vida toda tomando
antirretrovirais (que provocam efeitos colaterais como hipertensão, diabetes e
danos aos rins, fígado e ossos).
A menos que exista uma forma de esvaziar à força os reservatórios de HIV.
Essa possibilidade começou a se desenhar em outubro de 2006, quando o governo
americano autorizou a venda de um novo medicamento, chamado vorinostat. Esse
remédio foi criado para tratar o linfoma cutâneo de células T, um câncer no
sistema imunológico. Esse câncer se manifesta na forma de lesões na pele, mas
se origina no sangue. Ele é tratado com quimioterapia. Mas a quimioterapia só
funciona bem com tumores que se multiplicam bastante (porque ela age na
reprodução celular). E o linfoma cutâneo não é assim. Por algum motivo, ele faz
o corpo aumentar a produção de histona deacetilase (HDAC), um tipo de enzima
que faz as células pararem de se reproduzir. E isso reduz o efeito da quimioterapia.
O vorinostat bloqueia a ação dessa enzima, colocando o câncer de novo em estado
de multiplicação - e vulnerável à quimiotepia. Atiçar o câncer é uma estratégia
arriscada. Por isso, o vorinostat só é usado em casos graves, nos quais dá
resultado (70% dos pacientes respondem a ele).
A infecção - e o caminho da
cura
O segredo está em acordar células dormentes, onde o HIV fica escondido
1. Contaminação
O HIV entra no organismo. Ele se instala nas células T, que são responsáveis por coordenar a ação do sistema imunológico. Há dois tipos de célula T: ativa e inativa. O vírus invade ambos os tipos.
2. Invasão do DNA
O HIV entra na célula e se infiltra no núcleo dela, onde está o DNA. As células ativas se multiplicam - e, com isso, multiplicam o HIV.
As células inativas não se multiplicam. Graças à ação de uma enzima, elas ficam dormentes (e o vírus também).
3. O tratamento tradicional
Os medicamentos antiretrovirais, usados hoje, conseguem bloquear a progressão do HIV - e controlar a Aids. Mas não agem nas células inativas, onde o vírus fica escondido. Se a pessoa parar de tomar os antirretrovirais, o HIV "escondido" acorda. E a Aids volta.
4. A nova tática
Um novo tipo de medicamento é capaz de fazer as células inativas acordarem: e botarem para fora o HIV que trazem escondido. O vírus é jogado na corrente sanguínea.
5. A eliminação
Os antirretrovirais agem sobre o HIV, permitindo que ele seja eliminado.Os reservatórios vão sendo esvaziados, até não restar mais vírus.
O segredo está em acordar células dormentes, onde o HIV fica escondido
1. Contaminação
O HIV entra no organismo. Ele se instala nas células T, que são responsáveis por coordenar a ação do sistema imunológico. Há dois tipos de célula T: ativa e inativa. O vírus invade ambos os tipos.
2. Invasão do DNA
O HIV entra na célula e se infiltra no núcleo dela, onde está o DNA. As células ativas se multiplicam - e, com isso, multiplicam o HIV.
As células inativas não se multiplicam. Graças à ação de uma enzima, elas ficam dormentes (e o vírus também).
3. O tratamento tradicional
Os medicamentos antiretrovirais, usados hoje, conseguem bloquear a progressão do HIV - e controlar a Aids. Mas não agem nas células inativas, onde o vírus fica escondido. Se a pessoa parar de tomar os antirretrovirais, o HIV "escondido" acorda. E a Aids volta.
4. A nova tática
Um novo tipo de medicamento é capaz de fazer as células inativas acordarem: e botarem para fora o HIV que trazem escondido. O vírus é jogado na corrente sanguínea.
5. A eliminação
Os antirretrovirais agem sobre o HIV, permitindo que ele seja eliminado.Os reservatórios vão sendo esvaziados, até não restar mais vírus.
Mais tarde, alguns
pesquisadores descobriram que o vorinostat também tinha outro efeito: ele
desperta as células T adormecidas. E isso é valiosíssimo no combate ao HIV.
Porque quando essas células acordam, elas começam a se reproduzir e jogar vírus
no sangue - onde ele fica vulnerável à ação dos remédios antirretrovirais. O
HIV é eliminado, as células T morrem e, se esse processo for repetido por tempo
suficiente, é possível eliminar todas as células infectadas - e sacar o HIV do
organismo.
David Margolis, da
Universidade da Carolina do Norte (EUA), foi o primeiro cientista a testar esse
procedimento. "Tive a idéia de acordar o HIV e empurrá-lo para fora do
corpo, permitindo a erradicação do vírus", diz. Depois de obter resultados
positivos em testes de laboratório, ele ficou três anos pedindo permissão às
autoridades de saúde americanas para fazer um estudo em humanos. O vorinostat
tem efeitos colaterais, como fadiga, diarréia, hiperglicemia e anemia. Em casos
raros, pode levar à formação de coágulos no sangue, o que é perigoso. Mas o
grande receio era quanto ao vírus da Aids. Afinal, acordar células dormentes e
estimulá-las a produzir HIV envolve risco. E se o vírus surgisse com alguma
mutação, e os medicamentos antirretrovirais não fizessem efeito contra ele? Os
pacientes seriam inundados pelo HIV, e morreriam.
Mesmo assim, Margolis obteve autorização para fazer o teste em oito portadores
de HIV, que receberam vorinostat. Os resultados foram publicados em 2012 - e
reanimaram o interesse da comunidade científica. Uma única dose de vorinostat
aumentou em mais de quatro vezes a quantidade de vírus no sangue dos pacientes.
Ou seja, a tese se comprovou. Funcionou. O remédio conseguiu o que era
considerado impossível: expulsar o HIV de seus reservatórios (e fez isso sem
provocar efeitos colaterais relevantes). Mas foi um estudo de breve duração.
Agora, Margolis está realizando uma nova experiência, na qual os pacientes
recebem mais doses de vorinostat, durante mais tempo.
Pelo menos um estudo, feito pela Universidade de Aarhus (Dinamarca) em parceria
com a Universidade do Colorado (EUA), comprovou o mesmo efeito em células
humanas testadas em laboratório. "Ainda temos um longo caminho, mas
acredito que a cura para o HIV seja alcançável", diz Ole Søgaard, líder do
estudo dinamarquês. Søgaard está finalizando um novo estudo, desta vez dando o
remédio diretamente a pacientes, e publicará os resultados nos próximos meses.
Pesquisadores da Universidade de Monash, na Austrália, também estão testando o
vorinostat e devem publicar resultados em breve. A equipe pioneira, de David Margolis,
continua aperfeiçoando a técnica - em estudos que envolveram cientistas da
Universidade da Califórnia e uma pesquisadora da multinacional farmacêutica
Merck.
Ainda há dúvidas sobre o procedimento. Qual a dose ideal do medicamento? Por
quanto tempo? Ele é o remédio ideal, ou surgirão outros? "É como o AZT,
que foi a primeira droga da sua classe (antirretroviral). Talvez a gente
encontre drogas melhores, ou resultados melhores combinando essa droga com
outras", diz Margolis.
Também há um dilema ético envolvido. Como convencer um paciente que toma
antirretrovirais, e por isso está com o HIV sob controle, a participar de um
estudo que envolve risco de acordar uma doença letal? "Os métodos que temos
hoje são eficazes, relativamente seguros, bem tolerados e não tão caros",
afirma Daniel Kuritzkes, chefe do AIDS Clinical Trials Group (ACTG), um dos
maiores grupos de pesquisa na área.
Além disso, um paciente curado pode ser facilmente reinfectado - basta fazer
sexo sem proteção com alguém que tenha HIV. O ideal mesmo seria criar uma
vacina contra o vírus. Infelizmente, o vírus conseguiu burlar todos os esforços
nesse sentido. Há várias razões que dificultam o desenvolvimento de uma vacina.
A primeira é a intensa variabilidade do vírus. Embora o HIV seja dividido em
somente dois tipos, 1 e 2 (que têm origem em primatas diferentes), ele sofre
constantes mutações dentro de cada tipo. Estima-se que a capacidade de mutação
do HIV seja mil vezes maior que a do genoma humano. Isso torna o HIV
imprevisível e complica bastante as coisas. Como preparar o corpo para se
defender se ninguém sabe exatamente como o vírus pode se comportar? Mesmo
assim, os esforços seguem: em maio, um novo teste de vacina foi anunciado por
pesquisadores do Imperial College, de Londres, que farão um estudo em Ruanda e
Nigéria e divulgarão os resultados em 2015.
Mas, mesmo sem uma vacina, e com a técnica de desinfecção ainda em testes
iniciais, já existem pessoas que chegaram lá - foram curadas do HIV.
Nós e eles
A longa história da Aids na Terra
1959
Surgem os primeiros registros de homens morrendo devido a infecções de origem inexplicável. Um deles, que morreu no Congo, teve tecidos do seu corpo preservados e analisados nos anos 90. Eles continham HIV.
1981
O governo dos EUA publica um relatório descrevendo os casos de cinco homens homossexuais de Los Angeles, que tinham uma série de infecções raras. É o primeiro registro oficial da doença. Duas das vítimas morreram antes mesmo da publicação do artigo.
1983
Em abril, o Center for Disease Control (CDC), dos EUA, estima que dezenas de milhares de pessoas estejam infectadas pela doença. Ela ganha o nome de Aids (síndrome de imunodeficiência adquirida, em inglês).
1984
O pesquisador Robert Gallo, do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, afirma que a Aids é causada por um vírus.
1985
O ator americano Rock Hudson morre de Aids. É a primeira grande celebridade a ser vitimada pela doença, que já tem casos em todo o planeta.
1986
O Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus batiza o causador da Aids de Human Immunodeficiency Virus (HIV), ou vírus da imunodeficiência humana.
1987
O governo americano aprova o uso da zidovudina (AZT), primeiro medicamento a combater o HIV.
1989
Magro e abatido, o cantor Cazuza anuncia publicamente que está com Aids. Morreria em 1990 depois de uma agonia que expôs a fragilidade das vítimas.
1991
O laço vermelho se torna o símbolo da luta contra a Aids. Magic Johnson, estrela do basquete dos EUA, anuncia que é soropositivo. O cantor Freddie Mercury, do Queen, morre vítima da doença.
1993
O filme Filadélfia,em
que Tom Hanks interpreta um advogado com HIV, chega aos
cinemas. O bailarino Rudolf Nureyev e o tenista Arthur Ashe morrem de Aids.
1994
A epidemia atinge 1 milhão de casos no mundo.
1995
Surge a terapia antirretroviral altamente ativa (highly active antiretroviral therapy - HAART), um coquetel de drogas que impede a progressão do HIV.
1997
O número de pessoas infectadas chega a 30 milhões no mundo.
2000
A busca por uma vacina se torna prioridade global na pesquisa contra o HIV.
2003
Cientistas comprovam que o HIV veio dos chimpanzés. O laboratório VaxGen, um dos que desenvolve vacinas, anuncia que os testes em humanos falharam.
2007
Médicos anunciam que um paciente está livre do HIV. Timothy Brown, conhecido como Paciente de Berlim, não registra a presença do vírus no corpo desde então.
2009 a 2013
São publicados os primeiros estudos sobre eliminação de reservatórios do HIV, apontando um caminho para a cura. A busca por vacinas continua.
A longa história da Aids na Terra
1959
Surgem os primeiros registros de homens morrendo devido a infecções de origem inexplicável. Um deles, que morreu no Congo, teve tecidos do seu corpo preservados e analisados nos anos 90. Eles continham HIV.
1981
O governo dos EUA publica um relatório descrevendo os casos de cinco homens homossexuais de Los Angeles, que tinham uma série de infecções raras. É o primeiro registro oficial da doença. Duas das vítimas morreram antes mesmo da publicação do artigo.
1983
Em abril, o Center for Disease Control (CDC), dos EUA, estima que dezenas de milhares de pessoas estejam infectadas pela doença. Ela ganha o nome de Aids (síndrome de imunodeficiência adquirida, em inglês).
1984
O pesquisador Robert Gallo, do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, afirma que a Aids é causada por um vírus.
1985
O ator americano Rock Hudson morre de Aids. É a primeira grande celebridade a ser vitimada pela doença, que já tem casos em todo o planeta.
1986
O Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus batiza o causador da Aids de Human Immunodeficiency Virus (HIV), ou vírus da imunodeficiência humana.
1987
O governo americano aprova o uso da zidovudina (AZT), primeiro medicamento a combater o HIV.
1989
Magro e abatido, o cantor Cazuza anuncia publicamente que está com Aids. Morreria em 1990 depois de uma agonia que expôs a fragilidade das vítimas.
1991
O laço vermelho se torna o símbolo da luta contra a Aids. Magic Johnson, estrela do basquete dos EUA, anuncia que é soropositivo. O cantor Freddie Mercury, do Queen, morre vítima da doença.
1993
O filme Filadélfia,
1994
A epidemia atinge 1 milhão de casos no mundo.
1995
Surge a terapia antirretroviral altamente ativa (highly active antiretroviral therapy - HAART), um coquetel de drogas que impede a progressão do HIV.
1997
O número de pessoas infectadas chega a 30 milhões no mundo.
2000
A busca por uma vacina se torna prioridade global na pesquisa contra o HIV.
2003
Cientistas comprovam que o HIV veio dos chimpanzés. O laboratório VaxGen, um dos que desenvolve vacinas, anuncia que os testes em humanos falharam.
2007
Médicos anunciam que um paciente está livre do HIV. Timothy Brown, conhecido como Paciente de Berlim, não registra a presença do vírus no corpo desde então.
2009 a 2013
São publicados os primeiros estudos sobre eliminação de reservatórios do HIV, apontando um caminho para a cura. A busca por vacinas continua.
OS PRIMEIROS CURADOS
Em 1995, o americano Timothy Ray Brown descobriu que era soropositivo. Logo
começou a tomar os medicamentos antirretrovirais e estava indo bem, até que em
2007, quando estava morando na Alemanha, ele começou a se sentir muito fraco. E
descobriu que estava com leucemia, um câncer que ataca as células T (pois é,
justo elas). Seu médico, o oncologista Gero Hütter, se lembrou do seguinte: no
norte da Europa, uma em cada cem pessoas é imune ao vírus da Aids. Devido a uma
mutação genética, elas não produzem uma proteína chamada CCR5. E sem essa
proteína, o vírus da Aids não consegue entrar nas células.
Como Timothy estava com leucemia, teria de receber um transplante de medula
óssea. Nesse tipo de transplante, o sistema imunológico do paciente é morto
(por meio de quimioterapia) e substituído pelas células do doador. O médico
teve a ideia de usar, como doadora, uma pessoa que fosse imune ao vírus da
Aids. Dessa forma, quem sabe, poderia acertar dois alvos com um só tiro: curar
Timothy da leucemia e do HIV.
O primeiro transplante não teve o efeito esperado, e a leucemia voltou. Timothy
aceitou se submeter a um segundo. Funcionou. Ele ficou um ano no hospital, teve
várias complicações de saúde, mas se tornou o primeiro humano na história a ser
curado do HIV. Parou de tomar os antirretrovirais, e o vírus nunca voltou.
Timothy ficou conhecido como o "Paciente de Berlim". Em julho deste
ano, dois casos semelhantes ao dele foram apresentados na conferência da International
Aids Society. Mas, nesses casos, os transplantes foram feitos há pouco tempo e
ainda é cedo para dizer que o HIV não retornou.
Seja como for, transplante de medula é uma técnica complexa, que depende de
fatores muito específicos - o procedimento de Timothy tinha apenas 5% de chance
de sucesso. "Esse paciente ganhou na loteria", afirma Caio Rosenthal,
infectologista do hospital Emílio Ribas, de São Paulo. Além de pouco eficaz, o
procedimento é muito arriscado. "A pessoa que vai receber o transplante de
medula fica completamente sem defesas [imunológicas] durante um período",
explica Dirceu Greco, diretor do departamento de DST e Aids do Ministério da
Saúde.
Além das pessoas que não produzem a proteína CCR5, há outro tipo de gente
resistente ao HIV: os chamados controladores de elite. Eles são infectados pelo
vírus, mas não desenvolvem Aids. "De todas as pessoas infectadas, 5% são
chamados progressores lentos. Eles têm carga viral baixa e só vão ficar doentes
muitos anos depois. E, dentro desses 5%, há também uma porcentagem de
controladores de elite, que apresentam carga viral há mais de dez anos e
conseguem viver sem remédios", explica Breno Riegel, infectologista do
Hospital Conceição, de Porto Alegre, e colaborador de estudos internacionais - incluindo
uma pesquisa com antirretrovirais que foi considerada a mais importante do
mundo em 2011 pelo jornal científico Science.
Para ser um controlador de elite, ou uma pessoa imune ao HIV, é preciso nascer
com determinadas mutações genéticas. Mas também existe gente que se torna
controladora de elite. Em março deste ano, pesquisadores do Instituto Pasteur,
de Paris, apresentaram um estudo demonstrando a cura funcional de 14 pacientes
franceses portadores do HIV. A palavra funcional significa que eles ainda
carregam o vírus, mas não desenvolvem a Aids - mesmo tendo parado de tomar
medicamentos antirretrovirais. Esses pacientes são identificados pela sigla
Visconti, que vem de Viro-immunological Sustained Control After Treatment
Interruption (Controle Viro-imunológico Sustentado Após a Interrupção do
Tratamento). O líder do estudo, Asier Sáez-Cirión, destaca uma característica
importante desses pacientes. Quando se descobriram infectados pelo HIV, na
década passada, eles logo passaram a tomar o coquetel antirretroviral.
Começaram a tomar os remédios no máximo 70 dias depois da contaminação. E essa
rapidez ajudou muito. "Tratando desde cedo, você limita a entrada de vírus
nos reservatórios (as células T inativas)", diz Sáez-Cirión. E isso
teoricamente permite que, depois de alguns anos tomando o remédio, seja
possível parar com ele - e mesmo assim não desenvolver Aids. Na prática, as
coisas costumam ser diferentes. "Quando a pessoa chega ao médico, na
maioria das vezes ela já está soropositiva há anos, e daí o tratamento já não é
mais tão eficiente", explica Rosenthal. Um paciente que carrega o vírus há
dez anos, por exemplo, já está com danos graves ao sistema imunológico.
Os pacientes do grupo Visconti tomaram os remédios durante três anos até que
interromperam o tratamento. Eles conseguiram se manter saudáveis mesmo sem os
antirretrovirais e estão assim há cerca de sete anos. Um deles está há uma
década sem a medicação. Sáez-Cirión se refere a essa cura como "estado de
remissão do vírus" - pois o HIV continua presente no corpo, ainda que não
provoque o desenvolvimento da Aids. "Quando vimos os resultados,
percebemos que isso pode ser um grande passo para a luta contra o HIV. Ficamos
muito emocionados. Queremos reforçar a mensagem de que o tratamento precoce é
importante", diz Sáez-Cirión.
O tratamento precoce foi responsável por um caso ainda mais impressionante. Em
março deste ano, cientistas americanos revelaram que um bebê (que não teve o
nome nem o sexo divulgados) havia sido curado do HIV. Se uma grávida sabe que
tem o vírus da Aids e recebe tratamento adequado, com medicamentos
antiretrovirais, há 96% de chance de que o bebê nasça sem o vírus. Mas, neste
caso, não foi assim. A mãe da criança, que não havia recebido atendimento
pré-natal, chegou ao hospital já em trabalho de parto. Um teste feito na hora
detectou que ela tinha HIV. Era tarde demais para tratar a mãe e impedir que
transmitisse a doença para o filho.
Então os médicos fizeram o parto e levaram o recém-nascido para a pediatra
Hanna Gay, da Universidade do Mississipi. Ela decidiu tratar o bebê com altas
doses de antiretrovirais, que foram mantidos durante os primeiros 18 meses da
vida da criança. A partir daí, a mãe sumiu e não veio mais pegar os remédios.
Ela ficou dez meses sem aparecer, e o bebê não recebeu nenhum tratamento
durante esse período. O que era um caso de relapso materno acabou resultando
numa descoberta científica incrível: mesmo sem nenhum remédio, o HIV não
retornou. Não havia mais vírus no sangue da criança. Aparentemente, o tratamento
ultraprecoce evitou que o HIV entrasse nos reservatórios (mesma coisa que teria
acontecido com os pacientes franceses).
Humanos x HIV
Veja quem já está vencendo a doença - e como
Terapia atual
Como é? - O portador de HIV recebe uma combinação de medicamentos (o chamado coquetel de antiretrovirais) que impede a multiplicação do vírus. A quantidade de HIV no sangue despenca, chegando a níveis muito baixos.
A pessoa desenvolve Aids? - Não.
Pode transmitir o vírus? - Sim. O HIV permanece escondido no organismo.
Terapia de próxima geração
Como é? - O portador de HIV recebe um medicamento que acorda as células onde o vírus estava escondido. Em seguida, toma o coquetel de antiretrovirais - que impedem a multiplicação do HIV. Com o tempo, isso pode levar à eliminação total do vírus do organismo.
Pode transmitir o vírus? - Em tese, não. Mas a técnica ainda está em fase experimental.
Geneticamente imune
Como é? - Existem pessoas que nascem com uma mutação na proteína CCR5 - e isso impede o HIV de entrar nas células.
Pode transmitir o vírus? - Há controvérsias. Embora o HIV não consiga se multiplicar, é possível que algumas cópias dele se instalem no organismo - o suficiente para infectar alguém.
Supercontrolador
Como é? - É uma pessoa cujo sistema imunológico consegue controlar o HIV, mesmo sem a ajuda de remédios. Ainda não se sabe o que torna uma pessoa controladora de elite. É o caso dos pacientes franceses do grupo Visconti.
Pode transmitir o vírus? - Sim.
Bebê de Mississipi
Como é? - O filho de uma mulher HIV-positiva começou a receber o coquetel de antirretrovirais logo após o nascimento. O vírus sumiu.
Pode transmitir o vírus? - Em tese, não. O bebê está aparentemente curado, com carga viral indetectável.
Paciente de Berlim
Como é? - Recebeu um transplante de medula óssea de um paciente que tinha CCR5 mutante, ou seja, era imune ao HIV. Com isso, ele também adquiriu imunidade ao vírus.
Pode transmitir o vírus? - Em tese, não. O HIV desapareceu do organismo.
Veja quem já está vencendo a doença - e como
Terapia atual
Como é? - O portador de HIV recebe uma combinação de medicamentos (o chamado coquetel de antiretrovirais) que impede a multiplicação do vírus. A quantidade de HIV no sangue despenca, chegando a níveis muito baixos.
A pessoa desenvolve Aids? - Não.
Pode transmitir o vírus? - Sim. O HIV permanece escondido no organismo.
Terapia de próxima geração
Como é? - O portador de HIV recebe um medicamento que acorda as células onde o vírus estava escondido. Em seguida, toma o coquetel de antiretrovirais - que impedem a multiplicação do HIV. Com o tempo, isso pode levar à eliminação total do vírus do organismo.
Pode transmitir o vírus? - Em tese, não. Mas a técnica ainda está em fase experimental.
Geneticamente imune
Como é? - Existem pessoas que nascem com uma mutação na proteína CCR5 - e isso impede o HIV de entrar nas células.
Pode transmitir o vírus? - Há controvérsias. Embora o HIV não consiga se multiplicar, é possível que algumas cópias dele se instalem no organismo - o suficiente para infectar alguém.
Supercontrolador
Como é? - É uma pessoa cujo sistema imunológico consegue controlar o HIV, mesmo sem a ajuda de remédios. Ainda não se sabe o que torna uma pessoa controladora de elite. É o caso dos pacientes franceses do grupo Visconti.
Pode transmitir o vírus? - Sim.
Bebê de Mississipi
Como é? - O filho de uma mulher HIV-positiva começou a receber o coquetel de antirretrovirais logo após o nascimento. O vírus sumiu.
Pode transmitir o vírus? - Em tese, não. O bebê está aparentemente curado, com carga viral indetectável.
Paciente de Berlim
Como é? - Recebeu um transplante de medula óssea de um paciente que tinha CCR5 mutante, ou seja, era imune ao HIV. Com isso, ele também adquiriu imunidade ao vírus.
Pode transmitir o vírus? - Em tese, não. O HIV desapareceu do organismo.
REENGENHARIA GENÉTICA
A expulsão do vírus, o tratamento ultraprecoce, as vacinas e os transplantes não são as únicas frentes de pesquisa contra o HIV. Existe mais uma, que consegue ser ainda mais ousada: modificar geneticamente o corpo humano para torná-lo resistente ao vírus. A técnica foi idealizada em 2008 e está sendo desenvolvida pela Universidade do Sul da Califórnia em parceria com a empresa de biotecnologia Sangamo BioSciences. Primeiro, obtém-se uma amostra de células T do paciente (coletando um pouco de sangue). Em seguida, usando técnicas de manipulação genética, essas células são alteradas. Elas passam a produzir uma versão deficiente da proteína CCR5 - aquela proteína essencial para o vírus da Aids. As células geneticamente modificadas são reinjetadas na pessoa, se multiplicam e aos poucos vão substituindo as células T normais. E o paciente adquire imunidade ao HIV. Essa é a ideia.
A técnica já foi testada em algumas pessoas. A mais famosa delas é um homem, identificado apenas como "Paciente de Trenton" (o nome vem da cidade onde mora,
Há um detalhe especialmente intrigante. No Paciente de Trenton, apenas 13,5% das células T adquiriram resistência ao vírus durante o estudo. Todas as demais continuaram vulneráveis. Mas essa mudança, modesta, já foi suficiente para que o organismo virasse o jogo contra o HIV e o eliminasse completamente do sangue. Talvez seja possível estender os limites do corpo humano - e, com uma pequena ajuda, torná-lo capaz de vencer a Aids. Talvez as drogas que expulsam o vírus de seus reservatórios funcionem cada vez melhor, e se tornem lugar-comum daqui a alguns anos. Talvez os tratamentos ultraprecoces livrem milhões de pessoas do vírus. Mas notícias promissoras não significam que devamos baixar a guarda. Pelo contrário. A prevenção e o sexo seguro (com camisinha) continuam sendo essenciais. Para de fato vencer a Aids, a humanidade terá de apelar para as armas mais poderosas que existem: a inteligência e o bom senso. Afinal, se o vírus pode evoluir, nós também.
O primeiro curado
O americano Timothy Ray Brown, 47, recebeu um transplante experimental de medula óssea - e, por conta disso, seu corpo se livrou do vírus HIV. Aqui, ele conta como foi o processo, e como vive hoje em dia.
O transplante, que você recebeu em 2009, era um procedimento arriscado, que poderia levar à morte. Por que você aceitou?
Quando os médicos começaram a tentar me convencer, eu disse não, porque o vírus HIV estava em remissão (sob controle). Mas eu tive leucemia, e tive de fazer o transplante por causa dela. Não fiz por causa da Aids; fiz por causa da leucemia.
E como você se sentiu quando descobriu que estava curado do HIV?
Eu não acreditei muito, até que o Dr. (Gero) Hütter publicou o caso no New England Journal of Medicine (em 2009). Aí eu pensei: ok, se outras pessoas acreditam que aconteceu, então eu vou acreditar. Se cientistas estavam acreditando, então era verdade. Me senti aliviado. Isso mudou a minha vida.
Você se sente curado?
Eu definitivamente me sinto curado. Meu corpo foi analisado da cabeça aos pés, fiz inúmeros exames de sangue, e não há sinal do HIV no meu corpo.
Como é a sua rotina médica?
Quando eu estava morando
O placar do jogo
Números da epidemia que mudou o mundo
- 26% da população na Suazilândia tem o vírus. É o país com maior incidência de contaminação.
- Em Bangladesh, menos de 0,1% da população está infectada. É a menor proporção.
- Mais de metade dos infectados são mulheres, mas o problema é muito pior no sul da África, onde mulheres representam 58% dos infectados.
- Até 2015, o orçamento estimado para combater a Aids no mundo inteiro é de US$ 24 bilhões anuais.
- Somente nos EUA, foram gastos US$ 344 bilhões no combate à Aids desde 1981.
- 30 milhões de pessoas já morreram de Aids
- Cerca de 15 milhões de pessoas têm acesso a tratamento com antirretrovirais.
- Nas Maldivas, menos de 100 pessoas possuem o vírus. É o país de menor incidência.
- Na África do Sul, 5,6 milhões de pessoas estão infectadas. É o líder mundial.
- 34 milhões estão infectadas no mundo.
Números da epidemia que mudou o mundo
- 26% da população na Suazilândia tem o vírus. É o país com maior incidência de contaminação.
- Em Bangladesh, menos de 0,1% da população está infectada. É a menor proporção.
- Mais de metade dos infectados são mulheres, mas o problema é muito pior no sul da África, onde mulheres representam 58% dos infectados.
- Até 2015, o orçamento estimado para combater a Aids no mundo inteiro é de US$ 24 bilhões anuais.
- Somente nos EUA, foram gastos US$ 344 bilhões no combate à Aids desde 1981.
- 30 milhões de pessoas já morreram de Aids
- Cerca de 15 milhões de pessoas têm acesso a tratamento com antirretrovirais.
- Nas Maldivas, menos de 100 pessoas possuem o vírus. É o país de menor incidência.
- Na África do Sul, 5,6 milhões de pessoas estão infectadas. É o líder mundial.
- 34 milhões estão infectadas no mundo.
PARA SABER MAIS
Administration of vorinostat disrupts HIV-1 latency in patients on antiretroviral therapy.
D.M. Margolis e outros, Nature, 2012.
Histone Deacetylase Inhibitors for Purging HIV-1 from the Latent Reservoir.
Thomas Rasmussen e outros, Molecular Medicine Journal, 2011.
Expression of Latent HIV Induced by the Potent HDAC Inhibitor Suberoylanilide Hydroxamic Acid.
D.M. Margolis, Daria Hazuda e outros, Aids Research and Human Retroviruses, 2009.
Establishment of HIV-1 resistance in CD4+ T cells by genome editing.
Elena E. Perez e outros, Nature Biotechnology, 2008.
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"Nós nascemos sozinhos, vivemos sozinhos, morremos sozinhos. Somente através do amor e da amizade podemos criar a ilusão por um momento que não estamos sozinhos."
Orson Wells
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"Para obter algo que você nunca teve, precisa fazer algo que nunca fez".
"Quando Deus tira algo de você, Ele não está punindo-o, mas apenas abrindo suas mãos para receber algo melhor".
"A Vontade de Deus nunca irá levá-lo aonde a Graça de Deus não possa protegê-lo".
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Eu não sei se isso tudo foi armado. Parece que não. Achei beeeem engraçado! Espero que vocês curtem!
Oração da Serenidade
Deus,
Dai-me a serenidade para aceitar as
coisas que eu não posso mudar,
coragem para mudar as coisas
que eu possa, e sabedoria para
que eu saiba a diferença: vivendo
um dia a cada vez, aproveitando
um momento de cada vez;
aceitando as dificuldades como
um caminho para a paz; indagando,
como fez Jesus, a este mundo
pecador, não como eu teria feito;
aceitando que o Senhor tornaria
tudo correto se eu me submetesse
à sua vontade para que eu seja
razoavelmente feliz nesta vida
e extremamente feliz com o Senhor
para sempre no futuro.
Amém.
Dai-me a serenidade para aceitar as
coisas que eu não posso mudar,
coragem para mudar as coisas
que eu possa, e sabedoria para
que eu saiba a diferença: vivendo
um dia a cada vez, aproveitando
um momento de cada vez;
aceitando as dificuldades como
um caminho para a paz; indagando,
como fez Jesus, a este mundo
pecador, não como eu teria feito;
aceitando que o Senhor tornaria
tudo correto se eu me submetesse
à sua vontade para que eu seja
razoavelmente feliz nesta vida
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Comemorando
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K.I.S.S.E.S.
Saber Viver
Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar
Cora Coralina
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar
Cora Coralina
O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina Filosófica.
Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam dessas mesmas relações.
Allan Kardec
Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam dessas mesmas relações.
Allan Kardec
Oração
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Chico Xavier
“Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente.”
“Tudo é amor. Até o ódio, o qual julgas ser a antítese do amor, nada mais é senão o próprio amor que adoeceu gravemente.”
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim"
“Tudo é amor. Até o ódio, o qual julgas ser a antítese do amor, nada mais é senão o próprio amor que adoeceu gravemente.”
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim"
.
"Boas meninas vão para o céu.
Beijo BEM DADO!
Mulher Maravilha
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Robert Pattinson Ai Meu Deus!
Addicted
FREEDOM
Yes, I do
Bruninho bonitinho...
Bruninho bonitinho,
Se vovozinho pegar
Você dormindo no
Meu sofazinho gostosinho,
Vai cortar seu pir*zinho!
Se vovozinho pegar
Você dormindo no
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Vai cortar seu pir*zinho!
Seja antes de tudo Humano...
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