Nefertiti - A Mais Bela Chegou

As origens familiares de Nefertiti são pouco claras. O seu nome significa "a mais Bela chegou", o que levou muitos investigadores a considerarem que Nefertiti teria uma origem estrangeira, tendo sido identificada por alguns autores como Tadukhipa, uma princesa do Império Mitanni (império que existiu no que é hoje a região oriental da Turquia), filha do rei Tushratta. Sabe-se que durante o reinado de Amen-hotep III chegaram ao Egito cerca de trezentas mulheres de Mitanni para integrar o harém do rei, num gesto de amizade daquele império para com o Egito; Nefertiti pode ter sido uma dessas mulheres, que adotou um nome egípcio e os costumes do país.

Contudo, nos últimos tempos tem vingado a hipótese de Nefertiti ser egípcia, filha de Ay, alto
funcionário egípcio responsável pelo corpo de carros de guerra que chegaria a ser faraó após a morte de Tutankhamon. Aye era irmão da rainha Tié, esposa principal do rei Amen-hotep III, o pai de Akhenaton; esta hipótese faria do marido de Nefertiti o seu primo. Sabe-se que a família de Aye era oriunda de Akhmin e que este tinha tido uma esposa que faleceu (provavelmente a mãe de Nefertiti durante o parto), tendo casado com a dama Tié.

De igual forma o nome Nefertiti, embora não fosse comum no Egito, tinha um alusão teológica relacionada com a deusa Hathor, sendo aplicado à esposa real durante a celebração da festa Sed do rei (uma festa celebrada quando este completava trinta anos de reinado).

Casamento com Amen-hotep

Akhenaton e NefertitiNão se sabe que idade teria Nefertiti quando casou com Amen-hotep (o futuro Akhenaton). A idade média de casamento para as mulheres no Antigo Egipto eram os treze anos e para os homens os dezoito. É provável
que tenha casado com Amen-hotep pouco tempo antes deste se tornar rei.

O seu marido não estava destinado a ser rei. Devido à morte do herdeiro, o filho mais velho de Amen-hotep III, Tutmés, Amen-hotep ocupou o lugar destinado ao irmão. Alguns autores defendem uma co-regência entre Amen-hotep III e Amen-hotep IV, mas a questão está longe de ser pacífica no meio egiptológico. A prática das co-regência era uma forma do rei preparar uma sucessão sem problemas, associando um filho ao poder alguns anos da sua morte.

Nos primeiros anos do reinado de Amen-hotep começaram a preparar-se as mudanças religiosas que culminariam na doutrina chamada de "atonismo" (dado ao facto do deus Aton ocupar nela uma posição central). Amen-hotep ordenou a construção de quatro templos dedicados a Aton junto ao templo de Amon em Karnak, o que seria talvez uma tentativa por parte do faraó de fundir os cultos dos dois deuses. Num desses templos, de nome Hutbenben (Casa da pedra Benben), Nefertiti aparece representada como a única oficiante do culto, acompanhada de uma filha, Meketaton. Esta cena pode ser datada do quarto ano do reinado, o que é revelador da importância religiosa desempenhada pela rainha desde o início do reinado do seu esposo.

No ano quinto do reinado, Amen-hotep IV decidiu mudar o seu nome para Akhenaton, tendo Nefertiti colocado diante do seu nome de nascimento o nome Nefernefernuaton, "perfeita é a perfeição de Aton". Nefertiti passou a partir de então a ser representada com a coroa azul, em vez do toucado constituído por duas plumas e um disco solar, habitual nas rainhas egípcias.

Durante algum tempo defendeu-se que Akhenaton teria introduzido pela primeira vez na história do mundo o conceito do monoteísmo, impondo às classes sacerdotais e populares o conceito de um só deus, o deus do sol, onde o disco solar representava o deus sol que regia sobre tudo na face da terra. Hoje em dia porém considera-se que seria um henoteísmo exacerbado. Os muitos templos que celebravam os deuses tradicionais do Egito foram todos rededicados pelo rei ao novo deus por ele imposto. Especula-se que esta pequena revolução, entre outros possíveis objetivos, possa ter servido para consolidar e engrandecer ainda mais o poder e importância do faraó. Após o reinado de Akhenaton, o Egito antigo voltaria às suas práticas religiosas politeístas.

Nefertiti em Akhetaton

Akhenaton decidiu, igualmente a construção de uma nova capital para o Egito dedicada a Aton, que recebeu o nome de Akhetaton ("O Horizonte de Aton"). A cidade situava-se a meio caminho entre Tebas e Mênfis, sendo o lugar onde se encontram hoje as suas ruínas conhecido como Amarna. A cidade foi
inaugurada no oitavo reinado de Akhenaton. Demorando apenas 3 anos para ficar pronta!

Um talatat (bloco de pedra) de Hermópolis (perto de Amarna) mostra a rainha Nefertiti a destruir o inimigo do Egipto, personificado por mulheres prisioneiras, numa cena que até então tinha sido reservada aos reis desde os tempos da Paleta de Narmer.

Nefertiti é talvez uma das mais conhecidas rainhas do Antigo Egipto, foi a esposa de Akhenaton, durante a XVIII Dinastia e madrasta de Tutankamon. Seu rosto aparece em mais esculturas e obras de arte do que mesmo o Rei Akhenaton. Ela é considerada uma das mulheres mais belas do mundo antigo. Ela se juntou a seu marido como reinantes e na adoração de uma nova religião. Nefertiti, a Grande Esposa Real do rei Amenhotep IV, mais conhecido como Akhenaton, se juntou a seu marido no culto de uma nova religião que celebrava o poder do disco solar Aton. A rainha Nefertiti foi dito, apoiou o marido Akhenaton e como ele, deixou uma impressão única na história do Egito antigo quando o rei começou a promover a adoração de um só deus acima de todos os outros

deuses - o "deus-sol" Re ou Ra.

Na época, o deus Amon era o principal deus cultuado no Egito, e ele causou um rebuliço entre todos os egípcios quando mudou seu nome de Amenófis (Amon é o conteúdo) para Akhenaton (está tudo bem com Aton). Durante o período vivido em Amarna, a cidade construída especialemente por Akhenaton para o culto de Aton. Os reis renunciaram seus laços com a antiga religião do Império Médio, movendo a capital do Egito de Tebas para Tell el-Amarna ele nomeou o território, Akhetaton, o que significa o "horizonte de Aton". Nefertiti teve um papel proeminente na regra real e de culto religioso egípcio. Isso reflete a influência que ela possuía na esfera política e pública. Juntos, Akhenaton e Nefertiti, transformaram a prática religiosa da sociedade egípcia antiga.

Eles tiveram sete filhas, mas nenhum filho. No entanto, ela adorava o filho-de-lei, o futuro rei Tutankamon. Um relato diz que a esposa de Tutankhamon, quando se tornou rei era Ankhsenamen uma das filhas de Nefertiti, portanto sua meia-irmã.

Nefertiti acompanhou o seu marido lado a lado em seu reinado porém, a certa altura, no ano 12 do reinado de Amen-hotep ela esvanece e não é mais mencionada em qualquer obra comemorativa ou inscrições e parece ter sumido sem deixar quaisquer pistas.

Este desaparecimento foi interpretado inicialmente como uma queda da rainha, que teria deixado de ser a principal amada do faraó, preterida a favor de Kiya. Objectos da rainha encontrados num palácio situado no bairro norte de Amarna sustentam a visão de um afastamento. Hoje em dia considera-se que o mais provável foi o contrário: Kiya foi talvez afastada por uma Nefertiti ciumenta.

Uma hipótese que procura explicar o silêncio das fontes considera que Nefertiti mudou novamente de nome para Ankhetkheperuré Nefernefernuaton. Esta mudança estaria relacionada com a sua ascensão ao estatuto de co-regente. Ainda segundo a mesma hipótese quando Akhenaton faleceu Nefertiti mudou novamente de nome para Ankhetkheperuré Semenkharé e governou como faraó durante cerca de dois anos. Há ainda outra hipótese, como os sacerdotes de Amon não aceitavam o Deus Aton como único do Egipto, eles teriam mandado assassinar Nefertiti pois a consideravam o braço direito de Akhenaton, sua morte teria desestabilizado o faraó que tinha em sua figura o apoio indiscutível para o Projeto do "Deus Único" representado por Aton, cerca de dois anos depois, Akhenaton veio a falecer de forma misteriosa, assim, sua filha primogênita com Nefertiti - Meritaton, foi elevada ao estatuto de "grande esposa real". O seu reinado foi curto, pois segundo historiadores, ela, seu marido e outros habitantes de Amarna na época foram assassinados e proscritos. Restando de sangue real apenas, Tuthankamon então com 9 anos e sua outra irmã Ankhesenamon com 11 anos.

Porém, muitos especialistas acreditam que esta pessoa foi um filho de Akhenaton. Já outros egiptólogos, como o professor David O’Connor da Universidade de Nova York, especulam: Poderia se tratar de amor entre iguais, entre dois homens, dadas as características singulares de Akhenaton?

O busto de Nefertiti

A 6 de Dezembro de 1912 foi encontrado em Amarna o famoso busto da rainha Nefertiti, por vezes também designado como o "busto de Berlim" em função de se encontrar na capital alemã. A descoberta foi da responsabilidade de uma equipe arqueológica da Sociedade Oriental Alemã (Deutsche Orient Gesellchaft) liderada por Ludwig Borchardt (1863-1938). A peça foi encontrada na zona residencial do bairro sul da cidade, na casa e oficina do escultor Tutmés.

O busto de Nefertiti mede 50 cm de altura, tratando-se de uma obra inacabada. A prova encontra-se no olho esquerdo da escultura, que não tem a córnea inscrustrada; Ludwig Borchardt julgou que esta se teria desprendido quando encontrou o busto, mas estudos posteriores revelaram que esta nunca foi colocada para não causar inveja as deusas.

Segundo o costume da época os achados de uma escavação eram partilhados entre o Egito e os detentores da licença de
escavação. Mas o busto de Nefertiti acabaria por ser enviado para a Alemanha, onde foi entregue a James Simon, uma dos patrocinadores da expedição. Contudo, a forma como saiu do Egipto é pouco clara e alvo de disputas até a presente data, onde o Egito exige a devolução e a Alemanha nega.

Atualmente o Egito alega que Borchardt escondeu a peça, versão contraposta à que alega que os responsáveis pelas antiguidades egípcias não deram importantância ao busto, deixando-o partir. Em 1920 a obra foi doada ao Museu Egípcio de Berlim, onde passou a ser exibida a partir de 1923, tornando-se uma das atrações da instituição.

Até então, as representações conhecidas da rainha, mostravam-na com um crânio alongado, sendo a rainha vista como uma mulher que provavelmente sofria de tuberculose. O busto revelou-se determinante na alteração da percepção da rainha, que muitas mulheres dos anos 30 procurariam imitar em bailes de máscaras.

Durante a Segunda Guerra Mundial a Alemanha retirou as peças dos museus de Berlim para colocá-las em abrigos. O busto de Nefertiti foi guardado num abrigo na Turíngia, onde permaneceu até ao fim da guerra até que o exército americano o levou para Wiesbaden. Em 1956 o busto regressou a Berlim Ocidental.

A alegada múmia de Nefertiti

Em Junho de 2003 a egiptóloga Joanne Fletcher da Universidade de York anunciou que ela e a sua equipe teriam identificado uma múmia como sendo a rainha Nefertiti.

Em 1898 o egiptólogo Victor Loret descobriu o túmulo do rei Amen-hotep II no Vale dos Reis. Como foi o trigésimo quinto túmulo a ser encontrado, este recebeu a designação de "KV35" na moderna egiptologia (King Valley´s 35). Para além da múmia deste rei, encontraram-se onze múmias numa câmara selada do túmulo. Três destas múmias foram deixadas no local, devido ao seu elevado estado de deterioração, tendo as restantes sido levadas para o Museu Egípcio. Duas múmias eram de mulheres e a terceira de um rapaz.

Uma peruca encontrada neste túmulo junto a uma das múmias chamou a atenção de Joanne Fletcher que a identificou com as perucas de estilo núbio utilizadas no tempo de Akhenaton. Para Fletcher, especialista em cabelos, esta peruca foi usada por Nefertiti. Além disso, o lóbulo da orelha da múmia em questão estava furado em dois pontos (uma marca da realeza), e a mesma tinah impressões de uma tiara no crânio. A múmia não tinha cabelo o que corresponderia à necessidade de Nefertiti manter o cabelo raspado para poder utilizar a coroa
azul e também para proteger-se contra piolhos e o calor do Egito na época retratada.
Contudo, a arcada dentária da múmia estava identificada como sendo de uma mulher de vinte e cinco anos, o que torna pouco provável tratar-se de Nefertiti. Mas, logo depois se reparou outro detalhe interessante, os ossos da múmia estavam juntos e sólidos, o que só pode significar que a múmia tinha entre trinta e trinta e cinco anos, o que de novo levanta a possibilidade desta ser a múmia de Nefertiti.

A misteriosa múmia foi teoricamente golpeada na boca destruindo boa parte de seu rosto. Os ferimentos mostravam que tal golpe foi realizado depois da mumificação, quando possíveis homens teriam entrado na tumba, mas não há uma pista do porque. A explicação para o golpe foi que, na tentativa de apagar Akhenaton da história

Todas as jóias que a ligavam com a realeza foram roubadas. Mas ainda assim através do raio-X foi possível identificar os famosos 'pinos de Nefer' usados pela rainha Neferititi e também usados na mumificação de membros da família real. O cérebro da múmia também foi preservado, uma característica da décima oitava dinastia(a dinastia em qual Akhenaton governou). Mas apesar de tudo isso a múmia ainda não pode ser confirmada como Nefertiti.











egípcia, teriam golpeado a rainha na boca, impedindo que seu ka entrasse no pós-vida, como uma vingança.

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