Um dia eu terei um filho.
E eu tenho um sonho. Hoje, depois de tudo que passei durante o dia eu refleti
enquanto esperava. Eu quero que meu filho, nesse país tenha tudo! E que pai não
quer tudo para um filho? E enquanto eu via aquela figura altiva, que passava
por mim de um lado para o outro, cabeça erguida, olhar ao horizonte (C.Piffer),
que comandava milhões eu pensei: Também quero que meu filho seja assim! Então
decidi! Quando ele estiver em processo de crescimento e escolha de carreira eu
serei sua maior incentivadora! Eu quero meu filho como o homem que hoje disse
para mim que tratava de milhões! Médico? Não! Esse país não dá valor aos seus
profissionais da saúde! Advogado? Não! Quantos e quantos baixaréis existem por
aí sem direito de advogar, pois a prova da OAB é inimaginável! Professor? Não!
Uma das classes mais importantes para a formação de uma nação é simplesmente
humilhada pelo governo. Eu quero! Quero muito mesmo! Que seu filho seja gerente
do banco do brasil! Servidor público! Com estabilidade empregatícia! A altivez
do gerente que me atendeu dizendo que tratava de carteiras acima de um milhão
me encantou! Só tem um, porém; é uma profissão solitária, pois ele com ninguém
falava, apesar de eu estar ali junto a meu pai esperando por mais de 20
minutos. E ele também nada fazia. Que triste e solitário isso é. E quando o
abordei ele me olhou perplexo por causa da minha audácia, de me dirigir a ele
assim, como se eu fosse alguém perante ele, quão orgulhoso ele era!
Bom, tirando o fato
em que tive que me deslocar a um bairro distante para resolver um problema
remoto, o banco e seus funcionários, eu não sei se por justamente a
estabilidade de emprego, são, em sua essência um retrato de nosso porco país.
* não coloco país,
brasil e governo em letras maiúsculas. A nação não merece.
* Espero o dia em
que poderei dizer com orgulho a minha nacionalidade.
Panem et circo
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