20 curiosidades literárias que você
provavelmente não sabia
Todos nós estamos cansados de ouvir que ler é bom. Durante a vida, do vovô ao
professor de português, diversas pessoas pregam, insistentemente, que se deve
ler de bulas de remédio à revistas científicas. Sem se esquecer dos clássicos.
Pois estão
todos cobertos de razão.
Mas o
objetivo no momento é um pouco diferente. Se você, que chegou até aqui, não tem
por costume a literatura, talvez fique um pouco perdido. No entanto, se é
familiarizado ou, como muitos, aficionado pelo tema, fará bom proveito,
certamente.
Segue
abaixo 20 curiosidades do mundo literário. Para quê? Ora, para saber. Ou então
pra comentar com os amigos, bajular o professor de literatura ou tentar
impressionar aquele(a) garoto(a) com ar intelectual da faculdade.
Mas,
cuidado. É tênue a linha entre o cara que faz um comentário pertinente e o
“sabe-tudo” chato e presunçoso. No mais, bom proveito!
1 – O
título original de Fahrenheit 451 era “O bombeiro”
Ray
Bradbury e seus editores acharam que “O bombeiro” era um título muito chato,
então ligaram para o corpo de bombeiros local e perguntaram em qual temperatura
o papel queima. O bombeiro que atendeu a ligação pediu que Bradbury esperasse,
enquanto queimava um livro, então voltou ao telefone e disse a temperatura.
2 – (…) e
Bradbury também escreveu o roteiro da adaptação de 1956 para Moby
Dick.
Bem como
outros roteiros de filmes e contos e romances que foram adaptados para o cinema.
3 – Dom
Quixote é o romance de
maior vendagem de todos os tempos, tendo vendido mais de 500 milhões de cópias.
É… No caso
é o ROMANCE mais vendido. Mas se for levar em conta o LIVRO mais vendido,
então, é a Bíblia mesmo.
4 – Edgar
Allan Poe queria um papagaio para repetir a sentença Nunca
Mais (Nevermore), no poema
“O Corvo”.
Ainda bem
que o poeta louco não havia perdido de tudo seu juízo e disse que o papagaio
não transmitia o tom de melancolia do poema e então decidiu pelo famoso Corvo.
5 – Lolita,
de Vladmir Nabokov, teve a princípio sua publicação recusada.
O romance
era tido como tão controverso que apenas uma editora (Olympia Press) o quis
publicar. Três anos depois, quando o livro já era um hit, outras invejosas mudaram de ideia.
6 –
Charles Dickens acreditava em coisas sobrenaturais
Inclusive,
o escritor inglês fazia parte de algo chamado O Clube Fantasma. Era também grande
fã de hipnose.
7 – O
personagem principal da Trilogia Cósmica, livros de ficção de
C.S. Lewis, foi baseado em J.R.R. Tolkien.
Amigo e
companheiro de trabalho, J.R.R. Tolkien é também conhecido por escrever O
Hobbit. E a trilogia de O Senhor dos Anéis. E Silmarillion.
E de criar o mundo chamado Terra Média. E de inventar um idioma com gramática,
grafia e fonética particular. E…
8 – “…
então, editor, eu até escrevi, mas meu cachorro comeu o livro”.
O primeiro
manuscrito de Ratos e Homens foi literalmente comido por Toby,
cachorro de John Steinbeck, escritor do livro. Uma noite, ele deixou o cachorro
sozinho em casa e quando voltou, este havia comido parte importante do
trabalho. Steinbeck, em um telefonema com seu agente, disse: “eu fiquei bem
irritado, mas o pobrezinho deve ter feito isso em um momento crítico”.
9 – Anna
Karenina tem mais de 800
páginas, mas foi publicado originalmente de forma seriada.
Entre os
anos de 1873 e 1877, a Russian Messenger publicou o livro de forma seriada.
Porém, desde que as visões políticas de Leo Tolstói, escritor da obra,
divergiram das do editor, houve a interrupção e a obra só saiu por completo na
forma de livro. Este tipo de publicação seriada era comum na época e mesmo
nosso Machado de Assis lançou célebres livros dessa forma (Dom Casmurro,
Quincas Borba, Memórias Póstumas…).
10 –
Gabriel García Márquez se recusa a permitir que Cem
anos de solidãoseja adaptado para o cinema.
Fato
engraçado, já que diversos de seus trabalhos já viraram filmes em outras
ocasiões. Gabo afirma que a razão é que “eles colocariam alguém como Robert
Redford para estrelar no filme, e a maioria de nós não tem parentes que se
pareçam com Robert Redford”.
11 – O
sol é para todos é o único
romance de Harper Lee, mesmo ele tendo ganhado um prêmio Pulitzer.
O livro
permaneceu 88 semanas nas listas de best seller. Mesmo assim, a escritora
decidiu não escrever mais nada. Na época, havia entregado o livro aos editores
já contando com a rejeição. Atualmente, vive em Monroeville, Alabama, e alega
estar escrevendo suas memórias.
12 – A
primeira edição de A fantástica fábrica de chocolate foi publicada em 1964 e era bastante
racista.
Um
exemplo: os Oompa-Loompas eram descritos como negros e pigmeus, vindos “da mais
profunda e escura parte da África, onde nenhum homem branco jamais esteve
antes.” Além disso, o menino Charlie é originalmente descrito pelo escritor
Dahl como “um pequeno menino preto.” [tradução de “ a small negro boy”, sendo negro um termo considerado pejorativo
na língua inglesa].
13 – O
livro Ardil 22 demorou
oito anos para ser concluído.
O processo
de escrita começou em 1953, quando Joseph Heller pensou nas primeiras linhas.
Levou uma semana para enviar o primeiro capítulo para seu agente. Depois de
terminar o terceiro, o agente já havia começado a solicitar editoras e a “Simon
and Schuster” resolveu publicar. Então demorou apenas oito anos para Heller o
entregar.
14 –
Devido à repercussão de seu único romance, O apanhador no campo de centeio, J.D. Salinger se viu forçado a
se esconder.
Em
1951, dois anos depois de o livro ser publicado, Salinger se isolou na cidade
de Cornish, New Hampshire. Depois de ter dado uma entrevista para um jornal
local, ele se tornou uma grande sensação da cidade, o que lhe causou tanta
raiva que raramente falou em público depois disso.
15 –
Ernest Hemingway detestou a capa original de O grande Gatsby.
Mesmo
sendo considerada icônica, quando Fitzgerald emprestou uma cópia do livro para
Hemingway, ele detestou imediatamente. Fitzgerald o assegurou que se começasse
a ler o livro, a entenderia mais claramente.
16 – O
manuscrito de Paris é uma festa estava “perdido” no porão do Ritz
Hotel, em Paris.
Em 1928,
Ernest Hemingway guardou dois baús, que continham cadernos com relatos dos anos
vividos em Paris. Então, em 1956, Hemingway recuperou os baús e os compilou na
forma de suas memórias. O produto final só foi publicado três anos depois de
sua morte.
17 – O
senhor das moscas já
serviu de inspiração para diversas plataformas.
A última
faixa do primeiro álbum da banda U2 leva o nome de um dos capítulos do livro Shadows
and Tall Trees. O livro já foi adaptado, também, duas vezes para o
cinema e é amplamente utilizado em escolas norte-americanas.
18 – Orgulho
e Preconceito iria se
chamar “Primeiras Impressões”.
Quando o
romance foi inicialmente rejeitado pelos editores, Jane Austen fez
significantes modificações, entre elas a troca do título. As revisões foram
feitas entre os anos de 1811 e 1812.
19 – O
monstro em Frankenstein não tem nome.
Essa é
mais velha que andar para frente, mas, na verdade, Frankenstein é o nome do
cientista que cria o monstro. Durante a leitura do livro, há apenas uma cena em
que Shelley, a escritora, se refere a ele como Adam.
20 – O
livro Onde vivem os monstros iria
se chamar “Onde vivem os cavalos”.
O motivo
do título ter sido trocado é que Maurice Sendak não conseguia desenhar cavalos.
Então, quando o editor perguntou o que ele conseguia desenhar, ele disse
“monstros”. “Monstros” foi exatamente o que entrou para o livro.
Revisão
textual: Patrícia Araújo.
Sobre o autor
Leonne Castro Leonne é quase sempre niilista.
Romântico, assim se considera. É rotulado ranzinza e sistemático, mas acha tudo
isso muito engraçado. Ouve rock dos 60 e 70. Adora RPG e quadrinhos. Toca gaita
quando lembra que sabe tocar. Escreve quando tem coragem para escrever. Usa
sarcasmo como forma de humor e de defesa pessoal. Prefere noite a dia. Salgado
a doce. McCartney a Lennon. Bar a festa. Boromir a toda Sociedade do Anel.
Atualmente escreve para a revista digital oDisparador: cinema & dilema
(www.odisparador.com.br)
(Adição de fotos, Janette Tamburro- origem web)
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