sábado, 5 de janeiro de 2013

Nossos mundos


O que se passou na cabeça de Carroll quando escreveu o livro Alice no país das maravilhas? Quis ele entreter uma criança ou mostrar que apesar de jovem Liddell já tinha consciência de que morava mesmo que em sua mente, no seu próprio mundo? Isso é mais comum do que se pensa, naquele tempo onde as pessoas refletiam e passavam muitos momentos a sós, lendo ou pensando em suas vidas, acredito eu que pensavam no pouco que podiam fazer sobre as conseqüências de seus atos. Às vezes nada podiam fazer. Liddell e seu mundo mesmo depois de 150 anos estão mais atuais do que nunca.
Quem nunca passou por um problema que por estar dentro dele não o soube solucionar? Quem mesmo depois de pensar e pensar não chegou a lugar nenhum? Às vezes, precisamos de apoio. Alguém que nos ajude nos aconselhe ou no mínimo nos ouça sem preconceitos ou acusações. Encontrar um amigo que será imparcial com nossos medos, dúvidas e anseios é raro. Geralmente são pessoas que tem bons corações, que desejam o bem de quem gostam que querem de verdade o crescimento interior do outro, mesmo que as vezes isso seja em detrimento de seus próprios desejos. Isso não é fácil de encontrar. Hoje em dia todos estão tão egoístas uns com os outros.
O homem é um ser egoísta por natureza, a maioria pensa em si em vez de pensar no outro e acredito que Carroll mesmo com sua mente tortuosa quis dizer isso, é mais fácil voltar-se para si mesmo, entrar em seu seguro mundo do que se aventurar com pessoas que possam vir a nos magoar. Mas a segurança de nós mesmos em nossos solitários mundos devem servir somente como um refúgio temporário de auto-cura. Nunca um hábito, pois se acaba tendo uma visão distorcida do mundo, afastando-se das pessoas perdem-se as habilidades sociais e nos dias de hoje isso deixou de ser uma arte de poucos para se tornar uma necessidade, pois lidamos com pessoas todo o tempo e às vezes mesmo sem querer lidamos com pessoa que não nos querem bem ou que desejam o que temos por não terem coragem ou capacidade suficiente para lidarem com suas próprias vidas; mas se formos fortes e confiantes em nossas capacidades e lembrarmos sempre do que aprendemos no decurso da vida essas pessoas vão passar por nós e não serão nada mais que uma sombra, algo que reflete de alguém que importância nenhuma tem.
Carroll mesmo com seus desejos condenáveis, nos mostra em seu livro, livro aquele que escreveu para um amor proibido que o refúgio para um mundo seguro possa ser um alívio para dia a dia, mas nunca, nunca um hábito. Pois uma vez dentro de nossos seguros mundos ficamos cegos, surdos e insensíveis até para aqueles que querem o nosso bem, nosso crescimento ou às vezes mesmo nosso amor.
Não deixe que o egoísmo ou a timidez dêem rumo em suas vidas, pois ficamos alheios e uma vez alheios podemos perder várias oportunidades. Às vezes até uma vida inteira. Saiba dosar os momentos de reflexão com momentos de compartilhamento. Nós sempre, em algum momento de nossas vidas teremos ou precisaremos de alguém ao nosso lado que estará ali de coração aberto querendo ajudar.
Basta deixarmos, basta queremos, basta termos coragem de mergulhar na vida de cabeça e assumir todos os nossos atos, pois será somente por eles que iremos responder. Imagine como seria triste, ao fim da vida chegar à conclusão que somente existiu, mas não viveu?

Escrito por Janette Tamburro 130105   

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