Sem querer se esbarram na rua e
começou algo que se esperava não ter fim. A convivência estreitou laços e
desejos. A promessa de amor foi feita. O desejo de se ser feliz era maior que
tudo. Complicações foram absorvidas, problemas resolvidos, a promessa diante
Deus e dos homens foi feita. Anos passaram e novos desejos foram tomando forma,
assim como personalidades foram se diferenciando, os projetos não eram mais os
mesmos, mas a aliança continuava e com ela a esperança de que dias melhores
viriam, mas diferente dos contos de fadas, não houve um ‘felizes para sempre’. Mas havia a esperança de que dias melhores
viriam. Isso também não se concretizou. Quem tem medo da mudança passou dois
anos pensando como ela seria, como faria. Mas a mesma pessoa que esperou dois
anos, nesse tempo foi mudando, passou a fazer o certo que é se por em primeiro
lugar, se amar. Não mais a ilusão de que dois se tornariam um. Dois podem se
unir em um propósito em comum, que seja até o amor. Mas dois sempre serão dois.
Aí veio a dor. E com ela a pior forma de se aprender, mas a que marca e nos faz
lembrar por toda a vida. A promessa há muito tinha sido quebrada perante Deus e
só faltava romper os laços dos homens. Isso foi feito. Uma pessoa que leva dois
anos para tomar uma decisão crucial, pode em 2 horas decidir tudo. E por um fim
em uma vida. Mesmo que seja uma vida a dois. Mas como foi feito isso? Como se
quebra uma perna e com a adrenalina correndo não se sente nada, somente faz o
que deve ser feito ou de forma doída, magoada, com a alma dilacerada? Nunca
saberemos. E passamos do viver, para o existir. Um dia após o outro. O acordar
e dormir todos os dias com a existência diária entre a inconsciência tão
esperada. O frenesi das descobertas acabou, sobrou à vontade de ter o que havia
anteriormente, mas de uma forma mais satisfatória. A procura da equivalência de
pensamentos começou. Sentimentos brotaram, floresceram e murcharam como flores
colhidas em uma manhã de sol. Agora há um vaso vazio, esperando por algo que
nunca vem. Até que por um capricho o vento venha o derrubar ao chão e lá se
espatifar.
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