domingo, 4 de novembro de 2012

Dois não são um


Sem querer se esbarram na rua e começou algo que se esperava não ter fim. A convivência estreitou laços e desejos. A promessa de amor foi feita. O desejo de se ser feliz era maior que tudo. Complicações foram absorvidas, problemas resolvidos, a promessa diante Deus e dos homens foi feita. Anos passaram e novos desejos foram tomando forma, assim como personalidades foram se diferenciando, os projetos não eram mais os mesmos, mas a aliança continuava e com ela a esperança de que dias melhores viriam, mas diferente dos contos de fadas, não houve um ‘felizes para sempre’.  Mas havia a esperança de que dias melhores viriam. Isso também não se concretizou. Quem tem medo da mudança passou dois anos pensando como ela seria, como faria. Mas a mesma pessoa que esperou dois anos, nesse tempo foi mudando, passou a fazer o certo que é se por em primeiro lugar, se amar. Não mais a ilusão de que dois se tornariam um. Dois podem se unir em um propósito em comum, que seja até o amor. Mas dois sempre serão dois. Aí veio a dor. E com ela a pior forma de se aprender, mas a que marca e nos faz lembrar por toda a vida. A promessa há muito tinha sido quebrada perante Deus e só faltava romper os laços dos homens. Isso foi feito. Uma pessoa que leva dois anos para tomar uma decisão crucial, pode em 2 horas decidir tudo. E por um fim em uma vida. Mesmo que seja uma vida a dois. Mas como foi feito isso? Como se quebra uma perna e com a adrenalina correndo não se sente nada, somente faz o que deve ser feito ou de forma doída, magoada, com a alma dilacerada? Nunca saberemos. E passamos do viver, para o existir. Um dia após o outro. O acordar e dormir todos os dias com a existência diária entre a inconsciência tão esperada. O frenesi das descobertas acabou, sobrou à vontade de ter o que havia anteriormente, mas de uma forma mais satisfatória. A procura da equivalência de pensamentos começou. Sentimentos brotaram, floresceram e murcharam como flores colhidas em uma manhã de sol. Agora há um vaso vazio, esperando por algo que nunca vem. Até que por um capricho o vento venha o derrubar ao chão e lá se espatifar.  

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