Meu olhar com você era um olhar
de paz de quem era feliz e sabia. Algumas vezes tive essa sensação de ser feliz
de saber ser feliz e que isso não retornaria, eu sabia, simplesmente sabia.
Hoje meu olhar é diferente, os
cabelos estão lá, a pele, tudo, mas o olhar é diferente, há uma falta de brilho
misturada a melancolia e a maturidade. A boca sorri, mas mesmo o sorriso
espontâneo é diferente, não há a explosão de felicidade que era exalada pelos
poros, por todo meu corpo. Não era só um sorriso, era um estado, uma condição,
era a felicidade que saía da boca em forma de palavras, em pensamentos de o que
fazer para sermos felizes. Em meu corpo que eu sentia mais bonito, atraente,
por ti, para ti.
É isso que faz o amor conosco?
Nos transporta a um estado de graça, uma felicidade sem fim e as vezes sem por
que, sem um sentido racional? O amor não é racional e não precisa de uma
explicação, ele só precisa ser sentido, manejado, embalado em nossa vida como
um precioso filho em nossos braços. O amor é uma dádiva, como a que recebemos
ao sermos pais. Não importa o que esse filho se tornará, é como o amor, não
importa no que ele se transformará o que importa, o que realmente importa, é o
que foi sentido, a sensação produzida e o que isso mudou, transformou, às vezes
por definitivo em nossas vidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário