Encontristas do 342 |
Eu havia combinado que escreveria dois textos. Um sobre a minha vivência religiosa e outro como seria depois do retiro católico que eu participaria. Como posso dizer sem que segredos sejam revelados?
Confesso que por ter uma visão ampla da religião acreditando em coisas sem estar presa a dogma algum realmente, estava eu reticente. Não queria mesmo me manifestar. Sentia-me tímida e eu não sou. Havia a inibição de estar só em um lugar no meio de pessoas até então estranhas, e isso me incomoda muito. Mas eram todos tão educados e solícitos que aos poucos fui me soltando. Tudo lá foi preparado com tanta dedicação, carinho e delicadeza que não havia como não se render ao clima de paz que pairava no lugar. O Padre Armando esteve conosco todo o fim de semana, para aqueles que caso precisassem, conversar ou se confessar realmente.
As dinâmicas eram para mim, um caso a parte, por que nunca fui muito fã desse tipo de exercício e não sabia como me posicionar, com medo de ser mal interpretada naquele ambiente católico. Mas isso não ocorreu. Em uma delas fui escolhida para escrever o que as pessoas falavam e em vez de colocar uma palavra chave, fui colocando tópicos, resumindo os que as pessoas estavam falando e eu fui ficando por último, não dando tempo de escrever o que eu achava. Não seria eu que leria, então achei que seria difícil para o rapaz que o faria, compreender, então eu resolvi eu mesma ler. Comecei por Cristina, que tinha o apelido de Chica por ser da Colômbia (se não me engano), e fui falando a resposta da Chica aqui, o Chico ali, até chegar a mim e disse: - E a Chica aqui, torcendo para que o tempo acabasse para não dar resposta nenhuma! Mas como estou aqui falando de todos vou dar também minha opinião e a fiz. Bem, se fui mal interpretada? Não sei, mas temos que ser verdadeiros, não? Foi um final de semana maravilhoso. Os palestrantes não tinham medo de falar de suas vidas, seus problemas, angústias e medos, mas sempre sabendo que tudo que passamos em nossas vidas nos está predestinado por Deus e Ele nunca nos deixa só. Principalmente quando achamos que estamos. É nessa hora que Ele se faz mais presente. Sorte, quando enxergamos isso. Eu chorei muito (mas eu já choro com facilidade normalmente), mas todas as vezes que chorei, foi por que algo me tocou fundo. Uma história, um sentimento, uma atitude principalmente. Não posso me estender nesse texto sem que segredos sejam revelados. Prometi e não farei. Mas posso dizer duas coisas: Eu me perdoei e fui perdoada e a minha ida que seria um presente a Gislaine, foi na verdade um presente para mim.
Eu agradeço o convite, que eu já havia negado três vezes, e ela sempre me dizia: - Ele é paciente, Ele saberá qual será a sua melhor hora. E foi a melhor hora. Foi à hora certa.
Não foi um final de semana qualquer, foi um dos melhores da minha vida. A sensação de perdão, de alívio e paz realmente não tem preço. Minhas convicções não foram debatidas ou censuradas, tudo que acredito só se tornou ainda mais forte. Por que sei, que mesmo nos piores momentos, não me sentirei mais só.
Obrigada a todos do encontro 342.
Obrigada Gigi.
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