segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Passar pela porta nos faz esquecer


Já entrou na cozinha sem saber exatamente o que foi fazer lá? Ou saiu do sofá, foi até o quarto e se esqueceu do por que tinha levantado?

Uma nova pesquisa da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, pode ter a resposta para isso: os batentes das portas.

Segundo os resultados de três testes diferentes liderados pelo psicólogo Gabriel Radvansky, passar por portas causa lapsos na memória. A explicação, segundo seu estudo publicado na Journal of Experimental Psychology, é que elas funcionam como um limite, uma delimitação de um evento na mente que separa episódios e os arquiva de forma separada.

Lembrar de algo que foi pensado ou feito em outro quarto seria portanto mais difícil, pois, ao passar pelo batente, o cérebro entenderia que aquele dado pode ser compartimentado.

A conclusão foi tirada após três experimentos no qual voluntários deveriam realizar tarefas atravessando ou não o espaço da porta. No primeiro, 55 pessoas usaram um ambiente virtual para selecionar um objeto de uma mesa e o trocar por outro, em uma segunda mesa. A mesma tarefa foi realizada em um mesmo cômodo ou trocando de cômodo, e a distância percorrida nos dois casos era a mesma.

O segundo experimento, bastante similar, foi realizado no mundo real com 60 pessoas. Elas esconderam um objeto dentro de uma caixa e tinham que leva-lo a uma mesa, no mesmo cômodo ou em outro local. Nos dois primeiros testes, os resultados indicaram uma queda na memória quando os voluntários cruzaram os batentes.

O último teste pedia também que 48 voluntários guardassem um objeto na caixa, mas eles deveriam atravessar vários batentes, passando por vários cômodos, até retornarem ao quarto inicial. O objetivo era avaliar se a memória melhorava quando as pessoas voltavam ao local em que haviam tomado uma decisão. O resultado foi negativo – o que, segundo o pesquisador, sugere que o ato de passar por um batente de porta serve como forma da mente arquivar uma informação.


Esse texto acima não é meu, veio do site informado no final desse aqui. Mas se pararmos para avaliar não só as coisas corriqueiras que são esquecidas ao passarmos por portas. Metaforicamente falando, essas portas servem para diversas coisas. Um desentendimento, uma mágoa, um relacionamento finalizado, até para a felicidade, esse sentimento efêmero, raro que quase sempre não dura muito, mas fica lá guardado para aquecer nossos corações nos dias frios e tristes. É preciso sempre passar por portas para que coisas que nos fazem sofrer sejam não esquecidas, mas arquivadas em nossa mente. Se voltarmos ao lugar, elas estarão lá, mas se a encerramos em um compartimento e fecharmos essa porta elas param de lembradas a todo momento. Vivenciadas constantemente, nos fazendo sofrer e consequentemente, param de doer e podemos dar continuidade e encararmos outras portas em nossas vidas, onde podemos encontrar novas experiências e assim dando continuidade ao viver.
Viver é um acúmulo de portas em nossa vida. Algumas são fechadas e abertas ao nosso bel prazer, outras encerradas para sempre, pois nos fazem sofrer. Mesmo aquelas que nos fazem sofrer podem sim ser reabertas, para que erros sejam revistos e não repetidos. Algumas ainda serão abertas, trazendo assim, surpresas.
Boas ou ruins? Não sei, não saberemos nunca a menos que tenhamos coragem de por a mão na maçaneta e abri-las.
Isso é viver...


Texto inicial:
http://blog.avoado.com/2011/11/passar-pela-porta-nos-faz-esquecer-diz-estudo/

Nenhum comentário:

Postar um comentário