Passei o dia pensando como seria
escrever o que vai acontecer no final de semana. Religião é um assunto muito,
mas muito delicado. E a boa educação manda não se conversar sobre isso. Eu
estudei anos em colégio de freiras, mas confesso que isso não teve uma
influência em mim. Eu sempre pensei demais e questionei demais. Mas meus
questionamentos não estão em pauta hoje. Eu fui convidada por uma querida
amiga, que muito vem me apoiando nesse último ano para um retiro católico no
próximo fim de semana, e como ela já havia me convidado outras vezes e eu não
me sentindo preparada emocionalmente declinei, nesse eu me sinto bem para ir.
Então eu vou fazer o seguinte. Vou escrever sobre o a minha posição, sobre o
que acredito, sem entrar nos dogmas e depois escrevo sobre como me senti lá.
Não sobre o que aconteceu, por que isso pode tirar a graça da coisa, se um dia
você aí que está lendo quiser ir. Somente minhas impressões. Como eu nunca fui,
e não gosto de me expor em público pessoalmente meu maior receio é passar por
uma dinâmica onde seja preciso dar um testemunho (nem sei se isso vai
acontecer), eu pedi a ela para avisar: sua amiga é muda! Mas as pessoas estão me
dizendo que será bom! Eu tenho certeza que serei tratada com muita educação e
respeito. Mas nas outras vezes havia uma fragilidade em mim que me impedia de
ir. Agora não há. Mas isso não quer dizer que quero partilhar de meus
sentimentos mais profundos... Agora me sinto suficientemente forte para ir e
encarar o que houver. Mas sinto sim, que será bom. Apesar do meu desconforto de
estar só no meio de estranhos. Bom, mas e a minha proposta?
Bem, eu não freqüento nenhuma
religião no sentido de fazer parte de uma comunidade. Eu acho bem bacana isso,
de verdade, tenho duas queridas amigas muito participativas na comunidade
católica, alguns familiares na espírita kardecista, outros nas igrejas
neo-pentecostais e vivo com a maçonaria há anos na minha vida. Olha, eu tento
ser o mais ecumênica possível, despida de preconceitos. Tenho santos de
devoção, já fui a igrejas pelos mais diversos motivos, já participei durante um
período de palestras kardecistas e fui uma vez em um centro de umbanda assistir
a uma palestra sobre cultura negra e orixás em um jardim.
Eu acredito que essa não é a
única vida que temos. Acho que erramos demais para não termos nenhuma outra
chance de nos redimir. Eu tenho uma tendência muito forte ao kardecismo. Apesar
de não estudar, nem freqüentar (tenho alguns motivos, que não vem ao caso).
Acredito que viemos com um propósito e ligados a determinadas pessoas. Seja por
simpatia ou antipatia. Quem nunca teve uma sensação estranha ao ser apresentada
a uma determinada pessoa? Uma repulsa sem explicação. E às vezes a gente se vê
obrigado a conviver com essa pessoa pelos mais diferentes motivos. Mas há sempre
um pé (ou os dois) atrás. Como também, creio que viemos cercados de pessoas que
nos são queridas até antes mesmo de sabermos o por que. Acredito que viemos
para reparar erros e torcer para não cometermos outros (o que quase sempre
acontece). Temos duas grandes desvantagens: 1º somos humanos, portanto
passíveis ao erro. 2º o bendito livre arbítrio, que pode ser que em algum
momento nos leve a cometer um erro. Talvez até pela segunda vez. Mas tento
viver minha vida dentro das coisas que acredito, sendo a melhor pessoa que eu
puder. Estou indo a esse retiro de coração aberto de verdade. Com a vontade de
que tudo seja muito bom no fim. Vou manter a minha postura o mais discreta
possível e como sempre retirar o melhor da experiência.
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