segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ágora

Ágora
Agora (Alexandria (título no Brasil) ou Ágora (título em Portugal)) é o título de um filme espanhol dirigido por Alejandro Amenábar, lançado na Espanha, em 9 de outubro de 2009. O filme é estrelado por Rachel Weisz e Max Minghella e relata a história da filósofa Hipátia, que viveu em Alexandria, no Egito, entre os anos 355 e 415, época da dominação romana.

Durante o relato, a história apresenta uma licença romântica, incluindo uma ligação entre Hipátia e um de seus escravos.
O filme relata a história de Hipátia, filósofa e professora em Alexandria, no Egito entre os anos 355 e 415 da nossa era. Única personagem feminina do filme, Hipátia ensina filosofia, matemática e astronomia na Escola de Alexandria, junto à Biblioteca. Resultante de uma cultura iniciada com Alexandre Magno, passando depois pela dominação romana, Alexandria é agitada por ideais religiosos diversos: o cristianismo, que passou de religião intolerada para religião intolerante, convive com o judaísmo e a cultura greco-romana.
Hipátia tem entre seus alunos Orestes, que a ama, sem ser correspondido, e Sinésio, adepto do cristianismo. Seu escravo Davus também a ama, secretamente. Hipátia não deseja casar-se, mas se dedica unicamente ao estudo, à filosofia, matemática, astronomia, e sua principal preocupação, no relato do filme, é com o movimento da terra em torno do sol.
Mediante os vários enfrentamentos entre cristãos, judeus e a cultura greco-romana, os cristãos se apoderam, aos poucos, da situação, e enquanto Orestes se torna prefeito e se mantém fiel ao seu amor, o ex-escravo Davus (que recebeu a alforria de Hipátia) se debate entre a fé cristã e a paixão. O líder cristão Cirilo domina a cidade e encontra na ligação entre Orestes e Hipátia o ponto de fragilidade do poder romano, iniciando uma campanha de enfraquecimento da influência de Hipátia sobre o prefeito, usando as escrituras sagradas para acusá-la de ateísmo e bruxaria.

Além de narrar a vida e a morte de Hipátia, pode-se observar de forma nítida o conflito entre cristãos e e pagãos. De um lado temos o cristianismo, ganhando força de atuação junto ao judaísmo; do outro temos a religião politeísta Greco-romana, com a adoração de estátuas (condenada pelo cristianismo), que representavam seus numerosos deuses. Por outro lado, é interessante observar como a mulher era vista. No cristianismo, o papel da mulher era de subordinação, mas Hipátia não se permitia ser subordinada a ninguém. Por ter se recusado a se converter ao cistianismo, foi acusada de ateísmo e bruxaria, julgada de forma vil e apedrejada. A história real da filósofa está no artigo Hipátia.

Elenco

Rachel Weisz ... Hipátia

Max Minghella ... Davus

Oscar Isaac ... Orestes

Sami Samir ... Cirilo

  • Ashraf Barhom ... Ammonius
  • Michael Lonsdale ... Téon
  • Rupert Evans ... Sinésio
  • Richard Durden ... Olympius
  • Manuel Cauchi ... Teófilo
  • Homayoun Ershadi ... Aspasius
  • Oshri Cohen ... Medorus
  • Harry Borg ... Prefeito Evagrius
  • Charles Thake ... Hesiquius
  • Yousef 'Joe' Sweid ... Peter
  • Andre Agius ... Menino
  • Christopher Dingli ... Estudante
  • Clint Dyer ... Hierax
  • Wesley Ellul ... Guarda
  • George Harris ... Heladius
  • Jordan Kiziuk ... Discípulo de Hypatia
  • Amber Rose Revah ... Sidonia

Detalhes da produção


  • O filme comercialmente tem 127 minutos, mas na França, pelo Festival de Cannes, apresentou-se com 141 min.
  • O filme foi co-financiado pela companhia espanhola Sogecable.
  • As locações foram em Delimara, Malta, Fort Ricasoli, Kalkara, Malta, Marsaxlokk, Malta, Mdina, Malta, Valletta, Malta

Controvérsias


  • O filme foi proibido no Egito pela censura, por conter cenas consideradas um insulto para a religião.
  • O “Observatório Anti-difamação Religiosa” protestou contra o filme por "promover ódio ao cristianismo e reforçar falsos clichés sobre a Igreja Católica". O filme teve problemas de distribuição nos Estados Unidos da América e Itália.

Recepção


O filme ganhou 7 Prêmios Goya, incluindo o de melhor roteiro original por Alejandro Amenabar e Mateo Gil, que fez o segundo filme mais premiado da edição do XXIV Prêmio Goya para a academia de cinema espanhol. Realizado na Espanha em 2009., foi o filme espanhol mais visto daquele ano.

Premiações


  • Em 2010 foi indicado no Cinema Writers Circle Awards, na Espanha, para Melhor Fotografia (Xavi Giménez), Melhor Diretor (Alejandro Amenábar), Melhor Edição (Nacho Ruiz Capillas), Melhor Filme e Melhor Música (Dario Marianelli).
  • Em 2010 foi indicado ao Prêmio Goya de Melhor Cinematografia (Xavi Giménez), Melhor Vestuário (Gabriella Pescucci), Melhor Maquiagem e Cabelo (Jan Sewell, Suzanne Stokes-Munton), Melhor Direção Artística (Guy Dyas), Melhor Direção de Produção (José Luiz Escolar), Melhor Roteiro Original (Alejandro Amenábar e Mateo Gil), Melhores Efeitos Especiais (Chris Reynolds e Félix Bergés).
  • Em 2010 venceu o Prêmio Goya de Melhor Atriz (Rachel Weisz), Melhor Diretor (Alejandro Amenábar), Melhor Edição (Nacho Ruiz Capillas), Melhor Filme, Melhor Música Original (Dario Marianelli) e Melhor Som (Peter Glossop e Glenn Freemantle).

Notas e referências


  1. Latino Review "Rachel Weisz Goes Agora" 14 March 2008
  2. El País. "Ágora no se verá en Alejandría". . (página da notícia visitada em 12/04/2010)
  3. Official website (em espanhol) of the Observatorio Antidifamación Religiosa: http://www.oadir.org/index.php?option=com_content&task=view&id=15&Itemid=33
  4. a b Civil groups protest new anti-Christian film :: Catholic News Agency (CNA). Página visitada em 11 de Junho de 2010.
  5. Il film che l'Italia non vedrà - LASTAMPA.it. Página visitada em 11 de Junho de 2010.
  6. Mikado distribuirà agorà in Italia. Página visitada em 11 de Junho de 2010.
  7. Alejandro Amenábar's Agora Finally Bought for US Distribution « FirstShowing.net. Página visitada em 11 de Junho de 2010.
  8. Agora - Release Dates
  9. El País. "'Ágora', el filme español más visto en 2009". . (página da notícia visitada em 12/04/2010)

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