Eu e os sites de relacionamentos – Parte II

Desde que entrei para o site, eu tive muitas surpresas. Conheci pessoas virtualmente e na vida real. Tive decepções, tentei ajudar alguns, ajudei outros, conheci muitos, talvez conheça outros tantos e fiquei amiga de quase todos.

Foram experiências que eu nunca em minha vida pequeno burguesa iria imaginar. Pessoas tão diferentes com passados tão distintos, mas o mesmo problema que afeta homens e mulheres de hoje em dia. Ninguém quer se abrir, se doar, tentar, experimentar. As desculpas são as mais variadas possíveis.

Tem os que tiveram um relacionamento, e que se acabou, na maioria das vezes não foi bem. São os traumatizados. Eles entram em uma concha e como caramujos vêem a vida passar, às vezes satisfazendo suas necessidades, mas sem se entregarem por completo. Separam-se em três. Corpo, sentimento e alma. E você só consegue chegar à fase 1.

Tem os solitários por opção. Não querem, não querem e não querem! Não deixam o outro se aproximar. Chegar ao coração? Impossível! Não há mais nada lá. A solidão se instalou de tal forma que preencheu tudo, tomou tudo. Não há lugar para mais nada, para ninguém! Esses serão sós até o fim. Frios e secos. Até se tornarem frios e perecíveis.

Tem os confusos. Quero? Não quero? Posso? Não posso? Deixo? Não deixo? E essa confusão vai enredando o outro de tal forma que quando você vê, é um boneco na mão de uma criança confusa e imatura. E que te magoará.

E há os que mesmo não dando certo romanticamente falando tornam-se amigos. Para a vida inteira? Espero que sim. Amigos são importantes. São os irmãos que Deus mandou especialmente para seguir com você a jornada de sua vida.

E há o amor. Aquele com quem você quer dividir, somar e multiplicar. Aquele que será seu companheiro de vida. De dores e amores. Aquele que o ouvirá e o consolará quando estiver triste e que você compartilhará as alegrias e felicidades que a vida trará com os anos. Mas para isso deve-se perder o medo de se abrir. Eu não tenho esse medo. Vou machucar? Talvez, algumas vezes. Mas não terei arrependimentos. Eu me recuso a me fechar. De deixar passar à minha frente uma pessoa que pode me fazer feliz por que tenho medo de me entregar. Sei que a probabilidade de machucar será maior do que de ser feliz, mas continuarei no caminho que escolhi. O de ser fiel a mim. Ao que penso, ao que quero e o que espero. Eu sei que um dia eu serei bem sucedida na minha jornada. O homem não foi criado para ser só. Eu não desejo ser só. Eu não serei só. Eu sei que não. Pode não ser hoje, nem com determinada pessoa, por que para mim, é preciso ter pele, mente e espírito para que a pessoa me envolva. Estou mais velha, espero que mais sábia.

Quem sabe? O que eu sei, é que eu quero saber. Estou encarando a vida de peito aberto. Com suas dores e amores, porque no fim eu não vou me arrepender do que fiz e nem quero me arrepender do que deixei de fazer. Mas me arrependerei se não me deixar pelo menos tentar.