JANE ENTRE LINHAS: Alice no país das maravilhas

Essa manhã, quando acordei atrasada, esqueci de dar o medicamento de Perleta e corria de um lado pro outro na minha casa eu decidi. Hoje eu irei ao cinema! Vou ver

Alice, mesmo que em 2D e dublado. Coisas que me arrepiam a alma.

Decidida em aproveitar a promoção das segundas, tentei arranjar um cúmplice. Arranjei dois e ainda fui a outro cinema ver Alice em 3D. Já que iria sofrer ouvindo vozes que não pertecem aos atores, que pelo menos seja em 3D.

Pra começar, eu só tenho uma vaga idéia da estória de Alice. Nunca assisti o desenho da

Disney, aliás, não sou muito fã dos desenhos da Disney. O máximo que sei é que a mãe do Bambi e o pai do Simba morrem e que o Dumbo voa com seus orelhões (UPS! Spoilers!).

Mas sei alguma coisa sobre Charles Lutwidge Dodgson, ou melhor, Lewis

Carroll. Há alguns anos, li no caderno Prosa e Verso do O Globo, que o escritor russo Vladimir Nabokov de Lolita havia sido influenciado pela Alice de Lewis Carroll e que Lewis Carroll tinha fama de pedófilo. Eu guardei a reportagem durante um bom tempo, mas em um surto de fúria destrutiva de papéis, eu acho que joguei fora, mesmo achando difícil, porque toda a matéria me interessou muito. Procurei, mas...

Bom, a perspectiva de ver Alice de Tim Burtom me lembrou a reportagem e eu fiz uma pesquisa

sobre Carroll. E o que eu já sabia, por conta da reportagem, das fotos infantis que Carroll fez (algumas inclusive de meninas nuas) e de seu estranho relacionamento com

Alice Liddell me fez chegar à conclusão de que Carroll se não era um pedófilo de fato, por que alguns dizem que era casto, estava bem perto de realizar suas fantasias. Tentar acho que tentou. A pós a sua morte, a família “sumiu” com algumas páginas de seus diários e as fotos de meninas nuas. Mas há representações de como seriam as fotos.

O livro de Alice no País das Maravilhas nasceu em um passeio de barco que Carroll fez com as meninas Liddell a pedido de Alice, sua preferida. Ele até tentou casar com ela, mas a família não permitiu e cortou relações com Carroll. Nas minhas pesquisas encontrei um site, o http://psiquiatriaetoxicodependencia.blogspot.com/2010/03/uma-patografia-de-lewis-carrol-autor-de.html aonde o título do artigo era: Uma patografia de Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas. Por Vanessa Marsden, onde a psiquiatra em

questão tenta explicar o tom lisérgico do livro, que seria por causa das suas doenças, enxaquecas e substâncias que usava. Vale à pena ler o artigo.

Mas o meu artigo é sobre a Alice de Burtom. Que não é “No país das maravilhas e nem Através do espelho” o outro livro de Carroll. Mas uma obra totalmente “Burtom”!

Para começar o filme só tinha três cenários, o resto era Chroma Key, para filmar Helena Bonham Carter, esposa de Burtom, foi usada uma câmera especial chamada 4K que deforma e aumentava ainda mais a cabeça em forma de coração da rainha vermelha, que depois na pós- produção ainda

foi aumentada digitalmente, assim como os olhos de Johnny Depp o Chapeleiro Maluco (maluco MESMO!).

Eu vi alguns filmes em 3D ano passado. Mas nada dessa forma. Posso dizer que o filme foi 95% digital, fora a atuação dos atores, que, diga-se de passagem, não deve ter sido nada fácil, no meio do nada verde, dialogar com o “nada” que no máximo é uma bola, com uma pessoa segurando para o ator saber aonde e em que altura olhar. Os efeitos são ótimos, as atuações, são ótimas, a história, mesmo que só baseada em Alice é ótima! E o 3D não deu “a” famosa “dor de cabeça de Avatar”.

O filme é Mérito de Burtom, o roteiro, seus atores (na maioria das vezes trabalha com os mesmos, salvo algumas variações. É só ver em Sweeney Todd, A noiva cadáver, Edward Mãos-de-Tesoura, A Fantástica Fábrica de Chocolate, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça e outros), sua produção e principalmente a pós-produção, que foi de um esmero incrível! Um filme muito bom e maravilhosamente bem feito.

Valeu o caro ingresso que foi pago. Totalmente!

A unica coisa que pra mim não é boa é a dublagem. Por gosto

pessoal prefiro ver legendado com som original, mas em 3D isso atrapalharia. Mas na dublagem, eles viajaram na maionese.

O pobre Johnny... Poble Johnny, tinha a língua “plesa” (lemblei do Belo. Não posfitivamente...) e o famoso gato, não era Coca. Era Fanta. E aquela fanta era Uva...

Hum... Fola isso,

é um esplêndido filme!

Eu lecomendo!