Jardins tais como os da Regaleira existiram ou existem um pouco por toda essa Europa, decifráveis pela forma, o simbolismo e os objectos. Estes jardins aparecem como a outra face do Paraíso ou como itinerário que nos conduz ao paraíso: jardim como espaço sagrado, morada de deuses, centro do Mundo, um nexo lógico do mundo superior com o mundo inferior.
A Quinta da Regaleira, em Sintra, atrai os estudiosos pela maçonaria, templarismo, esoterismo e ocultismo. Seguramente que o seu principal investigador é José Manuel Anes que acaba de compilar e adensar os estudos que tem vindo a efectuar nos últimos 15 anos, incluindo os novos estudos sobre os jardins iniciáticos. (“Os Jardins Iniciáticos da Quinta da Regaleira” por João Manuel Anes, Ésquilo, 2005).O visitante desacautelado que percorre a quinta, palácio, capela e os seus jardins, se bem que possa ficar impressionado pela articulação entre a arquitectura e a paisagem, não deixa de questionar as excentricidades e encenação do tipo “fim de século” que o seu proprietário nos legou. A obra do Professor Anes e outros tem sido a de descodificar os temas simbólicos e míticos da quinta, comentar o que terá sido o percurso iniciático e o neo-templarismo maçónico gizado pelo “Carvalho dos Milhões”, à procura da chave para o mistério que se deve considerar longe de estar esclarecido quanto à mensagem mítica e mística que passou à posteridade, e que está guardada no interior da quinta.A visita ao conjunto da Regaleira permite duas leituras: a sumária, que é do gigantismo neomanuelino, com múltiplos e diversos elementos kitsch, traduzidos por grutas, poços, lagos, torres e galerias subterrâneas; a complexa, que é procurar decifrar o simbólico, o iniciático e o esotérico escritos na pedra e artes decorativas. Pouco se sabendo sobre as leituras e a estrutura cultural de António Carvalho Monteiro, não sendo conhecida a sua correspondência com o responsável pela construção, o arquitecto italiano Luigi Manini, as investigações apontam para, a coberto do revivalismo, estarmos face a uma enciclopédia do simbolismo iniciático, uma organização do universo pagão, culto do Espírito Santo, e de temas templários com raiz maçónica. Do paganismo o autor remete-nos para o Patamar dos Deuses, a Casa Egípcia, a Gruta de Leda e o Terraço dos Mundos Celestes, seguramente espaços que o visitante percorre com um misto de curiosidade e de perplexidade face à discrepância arquitectónica com o Palácio e a própria capela. Os temas herméticos e alquímicos, se bem evidentes no poço iniciático, são também uma das principais atracções no percurso dos jardins. A capela, segundo o autor, presta-se ao confronto entre a simbologia cristã, a maçonaria escocesa e o culto popular do Espírito Santo. Finalmente, os temas templários são profusos e inequívocos: caso da cruz templária no fundo do poço iniciático, as cruzes teutónicas, tal como existem nos ritos templário-maçónicos, o delta radiante na Igreja.O visitante é alertado para estas situações durante a visita, se bem que fique em aberto qual a coesão e organicidade destes tipos de mensagens. Sabe-se da formação política conservadora do proprietário, da sua atracção pela mitologia sebastiânica, mas está longe de se saber se estava reservado para a quinta o papel do local e do encontro místico ou de grande mensagem para os que procuram os ritos iniciáticos.Jardins tais como os da Regaleira existiram ou existem um pouco por toda essa Europa, decifráveis pela forma, o simbolismo e os objectos. Estes jardins aparecem como a outra face do Paraíso ou como itinerário que nos conduz ao paraíso: jardim como espaço sagrado, morada de deuses, centro do Mundo, um nexo lógico do mundo superior com o mundo inferior.E, por isso, por baixo dos jardins, temos as cavernas celestiais e a viagem pelos mundos subterrâneos: só se atinge o Céu passando pelo Inferno, é a iniciação que permite aceder ao mundo superior.Temos pois, segundo o autor, a leitura da Quinta da Regaleira como percurso iniciático e mistérico: o Patamar dos Deuses que nos remete para as religiões de mistério, alquimia e o rosacricianismo; no Palácio, esses elementos combinam-se entre a mística e o mito, a memória da História de Portugal e a passagem das trevas para a luz; também o poço iniciático é uma boda alquímica entre a matéria e o espírito, completado com a gruta de Leda e a capela templária.Síntese entre o cristianismo e o paganismo, dispondo, a justo título de um jardim iniciático, encenada entre o culto das religiões de mistérios e o cristianismo, atenta às indicações maçónicas e à Ordem de Cristo, a Regaleira é um lugar mágico, é património cultural e um dos mais elucidativos repositórios das tradições da espiritualidade e da cultura ocidentais.Quanto ao fulcro da mensagem, o leitor que procure ir mais longe se tiver gosto. De resto, a visita é tão deslumbrante, a dimensão espiritual tão presente, a arquitectura tão poderosa e os jardins tão deslumbrantes, que o lazer cultural pode ficar por aqui.
A Quinta da Regaleira, em Sintra, atrai os estudiosos pela maçonaria, templarismo, esoterismo e ocultismo. Seguramente que o seu principal investigador é José Manuel Anes que acaba de compilar e adensar os estudos que tem vindo a efectuar nos últimos 15 anos, incluindo os novos estudos sobre os jardins iniciáticos. (“Os Jardins Iniciáticos da Quinta da Regaleira” por João Manuel Anes, Ésquilo, 2005).O visitante desacautelado que percorre a quinta, palácio, capela e os seus jardins, se bem que possa ficar impressionado pela articulação entre a arquitectura e a paisagem, não deixa de questionar as excentricidades e encenação do tipo “fim de século” que o seu proprietário nos legou. A obra do Professor Anes e outros tem sido a de descodificar os temas simbólicos e míticos da quinta, comentar o que terá sido o percurso iniciático e o neo-templarismo maçónico gizado pelo “Carvalho dos Milhões”, à procura da chave para o mistério que se deve considerar longe de estar esclarecido quanto à mensagem mítica e mística que passou à posteridade, e que está guardada no interior da quinta.A visita ao conjunto da Regaleira permite duas leituras: a sumária, que é do gigantismo neomanuelino, com múltiplos e diversos elementos kitsch, traduzidos por grutas, poços, lagos, torres e galerias subterrâneas; a complexa, que é procurar decifrar o simbólico, o iniciático e o esotérico escritos na pedra e artes decorativas. Pouco se sabendo sobre as leituras e a estrutura cultural de António Carvalho Monteiro, não sendo conhecida a sua correspondência com o responsável pela construção, o arquitecto italiano Luigi Manini, as investigações apontam para, a coberto do revivalismo, estarmos face a uma enciclopédia do simbolismo iniciático, uma organização do universo pagão, culto do Espírito Santo, e de temas templários com raiz maçónica. Do paganismo o autor remete-nos para o Patamar dos Deuses, a Casa Egípcia, a Gruta de Leda e o Terraço dos Mundos Celestes, seguramente espaços que o visitante percorre com um misto de curiosidade e de perplexidade face à discrepância arquitectónica com o Palácio e a própria capela. Os temas herméticos e alquímicos, se bem evidentes no poço iniciático, são também uma das principais atracções no percurso dos jardins. A capela, segundo o autor, presta-se ao confronto entre a simbologia cristã, a maçonaria escocesa e o culto popular do Espírito Santo. Finalmente, os temas templários são profusos e inequívocos: caso da cruz templária no fundo do poço iniciático, as cruzes teutónicas, tal como existem nos ritos templário-maçónicos, o delta radiante na Igreja.O visitante é alertado para estas situações durante a visita, se bem que fique em aberto qual a coesão e organicidade destes tipos de mensagens. Sabe-se da formação política conservadora do proprietário, da sua atracção pela mitologia sebastiânica, mas está longe de se saber se estava reservado para a quinta o papel do local e do encontro místico ou de grande mensagem para os que procuram os ritos iniciáticos.Jardins tais como os da Regaleira existiram ou existem um pouco por toda essa Europa, decifráveis pela forma, o simbolismo e os objectos. Estes jardins aparecem como a outra face do Paraíso ou como itinerário que nos conduz ao paraíso: jardim como espaço sagrado, morada de deuses, centro do Mundo, um nexo lógico do mundo superior com o mundo inferior.E, por isso, por baixo dos jardins, temos as cavernas celestiais e a viagem pelos mundos subterrâneos: só se atinge o Céu passando pelo Inferno, é a iniciação que permite aceder ao mundo superior.Temos pois, segundo o autor, a leitura da Quinta da Regaleira como percurso iniciático e mistérico: o Patamar dos Deuses que nos remete para as religiões de mistério, alquimia e o rosacricianismo; no Palácio, esses elementos combinam-se entre a mística e o mito, a memória da História de Portugal e a passagem das trevas para a luz; também o poço iniciático é uma boda alquímica entre a matéria e o espírito, completado com a gruta de Leda e a capela templária.Síntese entre o cristianismo e o paganismo, dispondo, a justo título de um jardim iniciático, encenada entre o culto das religiões de mistérios e o cristianismo, atenta às indicações maçónicas e à Ordem de Cristo, a Regaleira é um lugar mágico, é património cultural e um dos mais elucidativos repositórios das tradições da espiritualidade e da cultura ocidentais.Quanto ao fulcro da mensagem, o leitor que procure ir mais longe se tiver gosto. De resto, a visita é tão deslumbrante, a dimensão espiritual tão presente, a arquitectura tão poderosa e os jardins tão deslumbrantes, que o lazer cultural pode ficar por aqui.
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Resenha de: Beja Santos
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